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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Câncer traz riscos à vida selvagem

Evidências mostram que casos da doença em animais selvagens vêm crescendo


por Lynne Peeples

Muitas pessoas provavelmente não se dão conta da semelhança entre animais e humanos, que eles são afetados pelos mesmos processos”, explica Denise McAloose, a patologista-chefe da Sociedade e principal autora do artigo publicado na Nature Reviews Cancer. “Temos muito a aprender sobre as doenças que acometem os animais silvestres, seu impacto sobre as populações e como se conectam com a saúde das pessoas e do planeta.”

Algumas espécies estão especialmente ameaçadas. O demônio da Tasmânia, por exemplo, sofre de um tumor facial contagioso, que está se espalhando rapidamente, colocando o maior marsupial carnívoro em risco de extinção. A espécie tem um “impacto muito significativo sobre as populações e o ecossistema em geral”, relata a patologista ao ScientificAmerican.com. “Se extinta, quem sabe o que acontecerá em seguida? Poderá haver uma superpopulação de roedores.” Os conservacionistas estão tentando salvar o animal por meio da reprodução em cativeiro.

Embora essa doença do demônio da Tasmânia não esteja relacionada à atividade humana, outros cânceres que atingem a vida selvagem podem estar. “As toxinas no ambiente podem causar câncer também nos animais silvestres, não somente em humanos”, comenta Denise, apontando para a alta prevalência da doença, detectada por sua equipe, em tartarugas marinhas e baleias beluga que nadam em águas poluídas. Ela observa que, embora os vírus possam ser a causa derradeira, o ambiente provavelmente está “promovendo ou contribuindo para a ocorrência desses tumores”.

Uma melhora na monitoração da vida selvagem pode, inclusive, ajudar os humanos. “Os animais agem como sentinelas”, declara. “A partir deles, poderemos saber se há algo no ambiente que devemos prestar atenção... Assim, poderíamos providenciar um lenitivo que melhorasse a saúde tanto de animais quanto de humanos.”

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