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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Mudanças químicas em oceano afetam percepção de peixes

Águas com mais CO2 alteram anatomia de órgãos envolvidos na navegação
por Katherine Harmon

Quando você achou que já tinha ouvido tudo sobre as consequências dos gases do efeito estufa, pesquisadores descobriram que níveis mais altos do dióxido de carbono atmosférico podem levar a mudanças na anatomia envolvida na navegação de peixes.

Um estudo de corvinatas brancas demonstrou que peixes em fase de desenvolvimento apresentaram ossos auriculares maiores (otólitos, que não captam sons, mas apenas ajudam os peixes a perceber velocidade e direção) sob maiores concentrações de CO2. Os resultados apareceram na revista Science.

Os pesquisadores criaram peixes em diferentes saturações de CO2, e então examinaram seus otólitos sob microscópios eletrônicos de varredura. O resultado pode ser ruim para os peixes enquanto nadam livremente, destacando, ainda, a natureza imprevisível de mudanças biológicas em águas ricas em CO2, uma vez que era esperado que esses ossos auriculares diminuíssem em vez de se expandirem.

A acidificação do oceano, causada pelo aumento de CO2 na atmosfera, vem ocorrendo mais rápido do que prognosticado previamente. A mudança nas águas marinhas tem retardado o crescimento de corais, além de corroer conchas. Os autores do estudo, entretanto, destacam que “não apenas a acidificação, mas os efeitos específicos dos níveis elevados de CO2 devem ser considerados”.

Embora os pesquisadores ainda não saibam quais serão, para os peixes, os efeitos do supercrescimento dos otólitos, “os peixes se desenvolveram para que seu corpo se tornasse como é”, afirmou David Checkley, principal autor do estudo e professor da Scripps Institution of Oceanography, em uma declaração. “O que se supõe é que alterações de qualquer forma causarão mudanças na dinâmica de como os otólitos ajudam os peixes a se manter em posição vertical, navegar e sobreviver.”

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