Subscribe Twitter Facebook

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Coppe/UFRJ lança Ônibus a Hidrogênio com tecnologia nacional

O primeiro ônibus a hidrogênio do Brasil com tecnologia 100% nacional foi lançado, nesta quarta-feira, dia 26 de maio, em evento realizado no Rio de Janeiro. O veículo, desenvolvido pela Coppe, em parceria com a Fetranspor e com as secretarias municipal e estadual de transportes, circulará nas ruas do Rio a partir do segundo semestre de 2010.


O lançamento reuniu dirigentes de empresas privadas e estatais, representantes de governo e de instituições financeiras, entre outros agentes necessários para que o projeto seja viabilizado, modernizando o transporte da cidade e tornando o meio ambiente mais limpo e sustentável.


Considerado a evolução do transporte urbano, o ônibus conta com financiamento da Finep, Petrobras, CNPq e Faperj. Segundo a secretária de Estado do Ambiente, Marilene Ramos, que representou o governador Sérgio Cabral na cerimônia, o ônibus “representa a possibilidade de fazer a reconciliação entre o transporte público e o meio ambiente, oferecendo à cidade coletivos menos poluentes e ruidosos”. Para o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, o veículo atende perfeitamente à intenção da instituição de unir as questões energéticas com as mudanças climáticas.


Coordenado pelo professor da Coppe, Paulo Emilio, o Ônibus a Hidrogênio tem autonomia para rodar até 300 km


O desafio inicial do ônibus será o Challenge Bibendum, rali promovido pela Michellin, entre os dias 30 de maio e 2 de junho, no Riocentro, no Rio de Janeiro. Em julho, o coletivo circulará na Cidade Universitária, transportando professores, alunos e funcionários e, no segundo semestre de 2010, será operado pela empresa Real em uma linha na Zona Sul, segundo revelou o diretor de Mobilidade da Fetranspor, Artur César Soares.



“O hidrogênio desempenhará no século XXI o mesmo papel que o petróleo no século XX. Só que menos poluente e de mais fácil obtenção. É o futuro do transporte que estamos oferecendo à cidade. Já temos inclusive um planejamento para a industrialização deste ônibus”, frisou o professor da Coppe, Paulo Emílio de Miranda, coordenador do projeto, durante o evento.



O veículo, com tamanho e a aparência iguais de um ônibus urbano convencional (vista lateral de 12,5m), tem piso baixo, ar-condicionado, espaço para embarque de deficientes físicos e autonomia para rodar até 300 quilômetros. É movido a energia elétrica obtida de uma tomada ligada na rede e complementada com energia produzida a bordo, por uma pilha a combustível alimentada com hidrogênio. Isso significa um veículo silencioso, com eficiência energética muito maior que a dos ônibus convencionais a diesel e com emissão zero de poluentes. O que sai de seu cano de descarga é apenas vapor de água, tão limpo que, se condensado, resultaria em água para consumo.

Seu pioneirismo está no fato de terem sidos desenvolvidos no Brasil todos os equipamentos e subsistemas tecnológicos importantes para esta aplicação. O sistema de tração elétrica oferece partidas e deslocamentos suaves e permite otimizar o seu desempenho em função do ciclo de rodagem. Esse é o primeiro de uma série de três ônibus desenvolvidos pelo Laboratório de Hidrogênio da Coppe que fazem parte do mesmo programa da Secretaria de Estado de Transportes. O segundo ônibus será elétrico híbrido a álcool e o terceiro exclusivamente elétrico.

Os ônibus desenvolvidos na Coppe possuem o mesmo sistema de recuperação de energia cinética utilizado pelos carros de Fórmula 1. A diferença é que na Fórmula 1 esse sistema é voltado para ganho de velocidade e nos ônibus da Coppe para aumentar a eficiência energética e economizar combustível.

Entre 2010 e 2011, os três veículos rodarão na cidade do Rio de Janeiro, quando serão comparados aos ônibus convencionais. O objetivo é que os novos ônibus sejam uma opção de transporte sustentável para o Rio de Janeiro disponível para a Copa do

Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016. “A Prefeitura tem um papel essencial para a implementação deste projeto. Tenho certeza que os parceiros encontrarão a solução técnica para viabilizar a produção em larga escala, de forma que na Copa e nas Olimpíadas os ônibus já estejam circulando”, afirmou o vice-prefeito do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Muniz.

O projeto tem entre seus parceiros técnicos as empresas Weg, Rotarex, Busscar, Guardian, EnergiaH, Energysat, Electrocell, Controllato, Manvel e Hubz. Também conta com o apoio da Usiminas e da Eletrobrás. Também estiveram presentes ao evento o superintendente da SMTU, Waldir Perez; e o diretor de Pesquisa e Energia do Cenpes/ Petrobras, Paulo Roberto Barreiro Neves.


A nova economia do hidrogênio


Em 1874, no livro A ilha misteriosa, o escritor francês Júlio Verne profetizou que o hidrogênio seria o combustível do futuro. Naquela época, os cientistas já reconheciam a possibilidade de aplicação do hidrogênio para mover máquinas e haviam descrito os princípios de funcionamento de um conversor eletroquímico, que mais tarde viria a ser a primeira pilha a combustível.

Mas entre 1860 e 1890 foi desenvolvido o motor a combustão interna. A descoberta de crescentes reservas de petróleo fez o resto. Exceto por aplicações em naves, o mundo esqueceu a via eletroquímica, representada pelo hidrogênio e a pilha a combustível, e optou pela via térmica, representada pelos combustíveis fósseis e o motor a combustão interna, que são menos eficientes energeticamente, porém mais baratos e mais simples. Foi assim que o século 20 se tornou a era do petróleo.


Só agora, com a crise ambiental causada pela concentração na atmosfera do carbono proveniente da queima dos combustíveis fósseis, a velha profecia de Júlio Verne volta à tona.

Fonte: http://www.planeta.coppe.ufrj.br/artigo.php?artigo=1201

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Desafio - Elaborado pelo Professor Flávio Melo

A figura mostra um plano inclinado de altura desconhecida e coeficiente de atrito 0,4 com um bloco de gelo de 1 Kg em seu topo inicialmente em repouso a -2,016°C e uma garrafa térmica contendo um litro de água a 91°C na base do plano inclinado que servirá de recipiente para o gelo. Um estudante de física observa que a altura do plano inclinado é fornecido como imagem por um espelho esférico de 16 m de raio de curvatura. A distância entre a altura e o anteparo é de 30 m e sua imagem 1,5 m. Calcule a temperatura final da água quando em equilíbrio térmico com o gelo. Despreze a resitência do ar e considere que toda energia potencial foi transformada em calor e absorvida somente pelo gelo e que o sistema é isolado não trocando calor com o ambiente.
Dados:
1 cal = 4 J
Densidade da água: 10³ Kg/m³
Latente de fusão do gelo: 80 cal/g
g = 10 m/s²

Boa Sorte!

E lembrem-se que quem conseguir resolvê-lo primeiro irá ter sua foto exposta no blog.

Mande a resolução para o nosso email: clavedepi@gmail.com

Não serão aceitas resoluções postadas nos comentários.

Clave de Pi - O conhecimento é a harmonia da vida.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Novas imagens de sonda indicam que a Lua pode estar encolhendo

Fotos da LRO mostram cicatrizes recentes do processo de encolhimento do satélite

Carlos Orsi - estadão.com.br

Imagem feita pela LRO, com escarpa lunar de formação recente em destaque. Nasa/Smithsonian
O raio da Lua provavelmente perdeu cerca de 100 metros em algum momento do último bilhão de anos, e é possível que o satélite ainda venha a encolher mais, diz o pesquisador Thomas Watters, do Smithsonian Institution, autor de artigo sobre o assunto publicado na edição desta semana da revista Science.

Watters e colegas baseiam a conclusão na análise de imagens produzidas pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da Nasa.
Em órbita lunar desde  junho de 2009, a LRO encontrou, espalhados pela Lua, novos exemplares de um tipo especial de elevação avistado anteriormente por três missões Apollo - 15, 16 e 17 -, mas exclusivamente na região do equador. Watters descreve essas formações como estruturas "principalmente lineares, que se parecem com um degrau baixo na paisagem". Têm menos de 100 metros de altura, e poucos quilômetros de extensão.
Essas elevações, ou escarpas, descobertas pela LRO encontram-se em áreas da Lua afastadas da zona equatorial onde os exemplos iniciais tinham sido vistos pelas três Apollo, o que sugere que podem estar igualmente distribuídas por todo o globo lunar.
A distribuição regular sugere, de acordo com os pesquisadores, que escarpas seriam como cicatrizes deixadas pelo encolhimento da Lua, ocorrido à medida que o satélite perdia seu calor original para o espaço.
"O interior da Lua vem se resfriando devagar", explica Watters. "À medida que esfria, ele se contrai, fazendo com que a crosta se ajuste à redução do volume interior".
O encolhimento, de acordo com o cientista, teria ocorrido em saltos, possivelmente associados a "lunamotos".
As escarpas também parecem jovens, em termos da história da Lua - teriam menos de 1 bilhão de anos - o que indica que o encolhimento que as provocou foi bem recente. "A pequena idade aparente das escarpas deixa aberta a possibilidade que a Lua ainda seja tectonicamente ativa e ainda esteja encolhendo", disse Watters.

Fonte: Estadão

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dados muito comprimidos

Pesquisadores japoneses desenvolvem sistema para gravar dados digitais com densidade de 4 trilhões de bits por polegada quadrada, novo recorde para tecnologia

Cientistas japoneses conseguiram gravar dados em uma densidade de 4 trilhões de bits por polegada quadrada, o que representa um novo recorde para o método de armazenamento de dados ferroelétrico, ainda experimental.

O resultado é também cerca de oito vezes superior à densidade máxima conseguida pelos mais avançados discos rígidos magnéticos de computador existentes atualmente. O estudo, feito na Universidade Tohoku, será publicado no periódico Applied Physics Letters.

O dispositivo de gravação consiste em um minúsculo braço que atua junto à superfície de um material ferroelétrico, ou seja, com propriedade de permanecer eletricamente polarizado mesmo na ausência de um campo elétrico polarizador.

Para gravar dados, um pulso elétrico é enviado até a ponta do braço, mudando a polarização elétrica e a constante dielétrica não linear em um pequeno ponto circular no substrato abaixo. Para ler os dados, a mesma ponte da haste detecta variações na constante dielétrica nas regiões alteradas.

"Esperamos que esse sistema de armazenamento de dados seja um candidato para substituir os discos rígidos magnéticos ou a memória flash, pelo menos em aplicações que demandam extrema densidade de dados e pequeno volume físico", disse Yasuo Cho, um dos autores da pesquisa.

Em experimentos anteriores, o grupo na Universidade de Tohoku se deparou com um problema: quando os dados gravados exigiam que diversas marcas consecutivas fossem feitas umas próximas às outras, as regiões polarizadas escritas expandiam o diâmetro normal e se sobrepunham ao ponto em que os bits não eram mais distinguidos.

Cho e Kenkou Tanaka desenvolveram um método para antecipar sequências de marcas consecutivas nos dados e reduzir a voltagem do pulso responsável pela gravação em cerca de 10%, o que resultou na produção de marcas mais claras e distintas.

Embora a memória ferroelétrica (também chamada de "memória FeRam") tenha a vantagem de usar apenas métodos elétricos - nada magnético ou térmico -, segundo Cho, para chegar a produção comercial de dispositivos com a densidade conseguida pela pesquisa mais melhorias serão necessárias.

Entre os avanços necessários, os pesquisadores japoneses destacam o aumento na velocidade da gravação, a melhoria na precisão na leitura dos dados e o desenvolvimento de substratos ferroelétricos de baixo custo.

O artigo Actual information storage with a recording density of 4 Tbit/ in.2 in a ferroelectric recording medium (doi:10.1063/1.3463470), de Kenkou Tanaka e Yasuo Cho, pode ser lido em http://apl.aip.org.
(Agência Fapesp, 18/8)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Entrevista com Edward Witten

Para quem entende inglês. Muito interessante essa intrevista com com Edward Witten. 
Breve descrição para os desavisados:
Doutorou-se na Universidade de Princeton em 1976. Witten dedica-se sobretudo à teoria das supercordas, trabalhando sobre a noção de supersimetria. Em 1990 recebeu a Medalha Fields, devido ao estudo que fez sobre as relações entre a geometria e a física teórica. Em 1995 desenvolveu a teoria-M uniformizando várias teorias das cordas. Em 15 de maio de 2006 foi indicado para integrar a Pontifícia Academia das Ciências.



segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Astrônomos cidadãos descobrem tipo raro de pulsar de rádio

 
Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/08/2010
Astrônomos cidadãos descobrem novo pulsar de rádio
O novo pulsar - chamado PSR J2007+2722 - é uma estrela de nêutrons que gira 41 vezes por segundo, emitindo ondas de rádio. Ele está na Via Láctea, a cerca de 17 mil anos-luz da Terra, na constelação da Raposa.[Imagem: AEI Hannover]

Ócio criativo
Três "cientistas-cidadãos" - um alemão e um casal norte-americano - descobriram um novo pulsar de rádio escondido nos dados coletados pelo Observatório de Arecibo.
Esta é primeira descoberta feita pelo projeto Einstein@Home, um grande projeto de computação distribuída que usa o tempo ocioso dos computadores de 250 mil voluntários de 192 países diferentes.
Os voluntários, em cujos computadores o novo pulsar foi descoberto, são Chris e Helen Colvin, de Ames, Iowa, nos Estados Unidos, e Gebhardt Daniel, da Universidade de Mainz, na Alemanha.
Seus computadores, juntamente com outros 500 mil de todo o mundo, analisam continuamente os dados do Einstein@Home - em média, os doadores contribuem com dois computadores cada um.
Pulsar de rádio
O novo pulsar - chamado PSR J2007+2722 - é uma estrela de nêutrons muito densa, que gira 41 vezes por segundo, emitindo ondas de rádio na frequência de 40,8 hertz. Ele está na Via Láctea, a cerca de 17 mil anos-luz da Terra, na constelação da Raposa.
Diferentemente da maioria dos pulsares que giram constantemente em velocidade semelhante, o PSR J2007+2722 está sozinho no espaço, e não tem nenhuma estrela companheira.
Os astrônomos o consideraram especialmente interessante porque ele é provavelmente um pulsar reciclado que perdeu sua companheira. No entanto, eles não descartam a possibilidade de que ele seja um pulsar jovem nascido com um campo magnético menor do que o usual.
Cientista cidadão
O projeto Einstein@Home funciona a partir da instalação de um software nos computadores dos voluntários, que devem estar ligados à internet.
Toda vez que a máquina estiver ociosa por alguns minutos, o software entra em funcionamento, usando a capacidade de processamento para analisar os dados recebidos dos servidores centrais que ficam na Universidade de Wisconsin - veja mais detalhes na reportagem Caçadores de pulsares farão expedição astronômica usando PCs.

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br

domingo, 15 de agosto de 2010

Que importância têm os números imaginários na nossa vida?

Apesar de se provar a existência dos números complexos, eles continuam a ser estranhos para nós, pois têm menos relação com o mundo real que os outros números já nossos conhecidos. Um número imaginário não serve para medir a quantidade de água num copo nem para contar o número de dedos que temos!
No entanto, existem algumas medidas no nosso mundo onde os números imaginários são medidores perfeitos. Um campo eletromagnético é um exemplo: tem uma componente eléctrica e outra magnética e por isso, é preciso um par de números reais para o descrever. Este par pode ser visto como um número complexo e encontramos, assim, uma aplicação directa na Física, para a estranha regra da multiplicação de números complexos.
Existem poucas aplicações directas dos números complexos no dia-a-dia. No entanto, há muitas aplicações indiretas.
Muitas propriedades dos números reais só se tornaram conhecidas quando estes foram vistos como parte do Conjunto dos Números Complexos.
É como tentar perceber uma sombra.
Uma sombra pertence a um mundo a duas dimensões. Portanto, só lhe é aplicável conceitos que utilizem duas dimensões.
No entanto, pensarmos no objecto de três dimensões que a provoca  poderá ajudar-nos a perceber certas propriedades do mundo a duas dimensões, apesar de não haver aplicação direta de um mundo no outro.
Da mesma forma, mesmos não existindo aplicação directa entre o mundo real e os números complexos, estes poderão ajudar-nos a compreender muita coisa do nosso mundo.
A próxima analogia ajudará a perceber melhor.
Consideremos a População A com 236 pessoas, das quais 48 são crianças e a População B com 123 crianças em 1234 pessoas.
Efetivamente, 48/236 (aprox. 0,2) é maior que 123/1234 (aprox.0,1). Portanto, a Pop. A é mais nova que a Pop. B.
Neste exemplo são usadas fracções, números não inteiros, num problema onde não têm significado físico. Não podemos medir populações com fracções; não podemos ter meia pessoa, por exemplo! Os números que têm ligação directa com esta questão são os naturais.
As fracções, neste contexto, são tão estranhas como o são os complexos na maioria das medições do mundo real.
No entanto, o seu uso servir-nos para melhor entender uma situação do mundo real.
Da mesma forma, o uso dos complexos ajuda-nos a compreender vários acontecimentos que, directamente, só se relacionam com os números reais.
Por exemplo, em Engenharia, é usual ter de se resolver equações da forma y'' + by' + cy = 0, para a função desconhecida y.
Uma forma de resolver passa por achar as raízes do polinómio, em r, r2 + br + c = 0. Mas, sucede diversas vezes não conseguirmos achar raízes reais e só encontramos complexas. O que se faz é achar todas as raízes no conjuntos dos números complexos e depois considerarmos apenas aquelas que, afinal, são reais.
No início e no fim só consideramos reais mas, pelo meio os complexos foram precisos.
Uma vez que este tipo de equações (chamadas Equações Diferenciais) surgem constantemente em problemas que representam o mundo real, por exemplo em Engenharia, podemos afirmar que os números complexos têm utilidade na nossa vida.

Médicos alertam para disseminação de superbactéria

AE-AP - Agência Estado
 
Um novo gene bacteriano que permitiria a qualquer bactéria transformar-se em um superorganismo extremamente resistente a antibióticos chegou ao Reino Unido, aparentemente levado por pessoas submetidas a cirurgias plásticas na Índia, e poderia em breve espalhar-se pelo mundo, advertem cientistas britânicos em estudo publicado na revista médica The Lancet. Depois de ter-se espalhado pela Índia, o gene bacteriano capaz de desenvolver superbactérias é cada vez mais encontrado no Reino Unido e em outro países desenvolvidos, constataram os autores da pesquisa.
Os especialistas britânicos acreditam que a explosão da indústria do turismo médico na Índia e no Paquistão pode estimular um surto de resistência aos antibióticos, à medida que os pacientes passam a carregar consigo perigosas bactérias para seus países de origem. O gene da superbactéria, que pode ser compartilhado por diferentes bactérias e as tornar extremamente resistentes à maioria dos antibióticos, foi até agora identificado em 37 pessoas que retornaram ao Reino Unido depois de serem submetidas a cirurgias na Índia e no Paquistão.
O gene resistente também foi detectado na Austrália, no Canadá, nos Estados Unidos, na Holanda e na Suíça. Os pesquisadores acreditam na probabilidade de a superbactéria espalhar-se por todo o mundo, uma vez que muitos norte-americanos e europeus viajam para a Índia e o Paquistão para procedimentos como cirurgia plástica cosmética.
Em artigo publicado na edição online da revista média The Lancet, médicos relataram ter encontrado um novo gene, identificado como NDM-1, que altera a bactéria, tornando-a resistente a quase todos os antibióticos conhecidos. O gene foi detectado primeiro na bactéria E.coli, a causadora mais comum das infecções do trato urinário e cujas estruturas de DNA podem ser facilmente copiadas e passadas para outros tipos de bactéria.
Os pesquisadores disseram que o gene da superbactéria aparentemente tem ampla circulação na Índia, onde o sistema de saúde tem menos possibilidade de identificar sua presença ou de ter antibióticos adequados para tratar os pacientes. "O potencial do NDM-1 se tornar um problema de saúde mundial é grande e é necessária uma vigilância internacional", escreveram os autores do artigo. Ainda assim, o número de pessoas nas quais o gene da superbactéria foi identificado é pequeno.
"Provavelmente estamos no início de outra onda da resistência a antibióticos, embora ainda tenhamos poder para impedi-la", disse Christopher Thomas, professor de genética molecular da Universidade de Birmingham, que não tem ligação com o estudo. Thomas disse que uma vigilância mais estrita e procedimentos de controle de infecções podem barrar a disseminação do gene bacteriano. Ele afirmou que, embora as pessoas que vão a hospitais britânicos tenham pouca possibilidade de entrar em contato com uma bactéria com o gene, elas devem permanecer vigilantes sobre as medidas de higiene, como lavar as mãos adequadamente.
"A disseminação destas bactérias multirresistentes exige monitoração muito apurada", escreveu Johann Pitout, da divisão de microbiologia da Universidade de Calgary, no Canadá, em comentário na Lancet. Pitout pediu a realização de uma vigilância internacional sobre a bactéria, particularmente em países que promovem o turismo médico. "As consequências serão sérias se médicos de família tiverem de tratar infecções causadas por bactérias multirresistentes diariamente", escreveu ele.


Fonte: Estadão


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Astrônomos enxergam explosão estelar em 3D pela primeira vez

Very Large Telescope, do European South Observatory, registra fenômeno.
Supernova 1987A está localizada na Grande Nuvem de Magalhães.


Impressão artística de explosão da supernova 1987A, localizada na galáxia satélite da Via Láctea, a Grande Nuvem de Magalhães. Vista pela primeira vez, a olho nu, em 1987, a estrela que existia ali agora é estudada pela primeira vez por uma visão 3D.Impressão artística da supernova 1987A. Vista pela primeira vez em 1987, a explosão da estrela foi a primeira a ser detectada sem o auxílio de instrumentos ópticos em 383 anos. A proximidade relativa do evento, dentro de uma galáxia vizinha à Via Láctea, possibilita estudos detalhados. (Crédito: ESO)
 
Astrônomos utilizando o Very Large Telescope (VLT), do European South Observatory (ESO), conseguiram reconstruir pela primeira vez em três dimensões a distribuição de matéria causada por uma explosão estelar.
Um novo instrumento no telescópio conhecido como SINFONI permite aprofundar o conhecimento sobre fenômenos como supernovas. Segundo os astrônomos do ESO, a visualização em 3D permite estudar melhor a ejeção de material em todas as direções, calcular velocidades e direções do despejo.
Na concepção artística divulgada nesta quarta-feira pelo ESO, é possível ver como os resquícios da estrela 1987A, localizada na Grande Nuvem de Magalhães, galáxia-satélite da Via Láctea, se espalharam mais na direção horizontal. Esta percepção não era possível até o uso da nova ferramenta no VLT, que permite conceber a explosão de forma tridimensional.
O fenômeno aconteceu há 168 mil anos-luz de distância da Terra, na Nebulosa da Tarântula.
Fonte: g1.globo.com

domingo, 1 de agosto de 2010

Boole e a álgebra do Pensamento

          A lógica como ciência remonta a Aristóteles (384-322 a.C.), seu criador. No século XVII Descartes (1596 - 1650) e Leibniz (1646 - 1716) tencionaram dotá-la de padrões matemáticos, o que pressupõe uma simbologia e um cálculo formal próprios. O alcance dessa lógica seria universal, aplicável a todos os campos do conhecimento. Mas nenhum dos dois deixou sobre o assunto senão alguns escritos fragmentados. Inclusive a contribuição de Leibniz, embora específica, somente em 1901 se tornou conhecida.
          Assim é o marco inicial da lógica simbólica, embora Leibniz seja considerado seu fundador, está fincado no ano de 1847 com a publicação de Mathematical analysis of Logic de Gerge Boole (1815 - 1864) e Formal Logic de Augustus De Morgan (1806 - 1871).
          De família modesta, Boole nasceu em Lincoln, na Inglaterra. Sua instrução formal não passou dos graus básicos mas, dotado de grande inteligência, e vendo no conhecimento o caminho de seu gosto para ascender socialmente, enveredou pelo autoditadismo. De início aprendeu por si só o latim e o grego. Depois, como professor de uma escola elementar, resolveu ampliar seus conhecimentos de matemática, pondo-se a estudar, entre outras, obras clássicas de Laplace e Lagrange. O interesse pela lógica certamente derivou de seu relacionamento com De Morgan, de quem ficara amigo. Sua obra citada, embora não lhe trouxesse grande fama, propiciou-lhe, dois anos depois de publicada, uma nomeação de professor no recém-criado Queens College, em Cork, Irlanda.
          Em 1854 Boole lança sua obra prima, Investigation of the laws of thought (As leis do pensamento - como é usualmente conhecida), na qual elucida e amplia as idéias de 1847. A finalidade era ainda expressar simbolicamente as leis do pensamento, visando poder usar de maneira mais direta e precisa a dedução lógica.
         Boole procurava transformar certos processos elementares do raciocínio  em axiomas da lógica. A chamada álgebra dos conjuntos ou álgebra do Boole, introduzida por ele  em As leis do pensamento, dá bem uma idéia disso. Boole usava letras x, y, z ... para indicar as partes (sub-conjuntos) de um conjunto tomado como universo. Se x e y denotavam duas dessas partes, o que hoje chamamos de interseção e união, Boole indicava por xy e x + y, respectivamente. (Os símbolos atuais de união e interseção são devidos a Giuseppe Peano (1858 - 1932).) Na verdade, as uniões consideradas por Boole pressupunham partes disjuntas; a generalização, para o conceito atual, é devida a W.S.Jevons (1835-1882).
          Assim, sendo óbvio para o espírito que xy = yx e x + y = y + x, (xy)z = x(yz) e x + (y + z) = (x + y) + z e x(y + z) = xy + xz, essas leis foram tomadas como axiomas de sua álgebra. Até aí não há diferença entre as álgebras usuais e a de Boole, sob o aspecto estrutural. Mas nesta última há leis particulares como x² = xx = x e x + x = x. Ou ainda, simbolizando por 1 o conjunto universo (notação de Boole): 1 + 1 = 1.
          Um exemplo menos imediato envolve a lei do terceiro excluído. Por exemplo, se 1 indica o conjunto de todos os seres vivos e x o conjunto de gatos, como 1 - x era para Boole o complemento de x, então x + (1 - x) = 1 traduz a lei referida: todo ser vivo ou é gato ou não é gato.
          Não passou despercebida a Boole a semelhança entre a álgebra dos conjuntos e das proposições. Assim é que para duas proposições p e q indicava por pq a conjunção "p e q" e por p + q a disjunção "p ou q". A afirmação x = 1 significa , nesse contexto, que x é verdadeira e x = 0 que x é falsa. Mas Boole não foi longe com esse assunto.

          Porém já tinha feito o bastante para ser considerado pelo grande matemático e filósofo galês deste século, Betrand Russel, como descobridor da matemática pura.



Por Hygino H. Domingues.
Fonte: Fundamentos da Matemática Elementar Vol. 1.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Bem pessoal, estaremos postando alguns textos contidos na coleção Fundamentos da Matemática Elementar. Deu um pouquinho de trabalho para digitar, mas, fazemos isso porque gostamos.
E espero que vocês também gostem de ler.

Obrigado por nos visitar.

Clave de Pi - " O conhecimento é a harmonia da vida."

    

Região de Marte pode conter “vida enterrada”

Pesquisadores identificaram rochas que podem abrigar os restos fossilizados de vida em Marte

Nili Fossae Cientistas acreditam que a região de Nili Fossae, em Marte, pode conter fósseis de vida que existiu há 4 bilhões de anos no planeta (NASA/JPL/Univ. Arizona)


Pesquisadores encontraram no Nili Fossae, uma região rochosa de Marte, indícios de que existiria vida fossilizada no planeta. A equipe de pesquisadores foi chefiada pelo cientista Adrian Brown, do Instituto de Procura de Inteligência Extraterrestre (Seti, em inglês), EUA, e contou com a participação do brasileiro Carlos Roberto de Souza Filho, da Unicamp.
Os cientistas acreditam que o mesmo processo que preservou os restos de vida na Terra pode ter ocorrido em Marte. Segundo o estudo, as rochas existem há cerca de 4 bilhões de anos. A atividade vulcânica teria desempenhado um papel importante na preservação dos fósseis.
 
Desde 2008, quando os pesquisadores da Nasa encontraram carbonato — um tipo de sal encontrado em minerais — em Marte, a comunidade científica vem reagindo positivamente sobre a possibilidade da vida ter existido no Planeta Vermelho. Na maioria das vezes, a vida se transforma em carbonato quando é enterrada. Em outros casos, transforma-se em petróleo. O mineral vem dos restos fossilizados de cascas e ossos e possibilita uma forma de investigar a vida que já existiu há muito tempo na Terra.
 
Agora, os cientistas querem utilizar o mesmo procedimento feito aqui no planeta para identificar restos de vida em Marte.
 
Adrian Brown usou um instrumento do Mars Reconnaissance Orbiter, um orbitador da Nasa que gira em torno de Marte, para estudar as rochas no Nili Fossae com luz infravermelha. Depois, utilizaram a mesma técnica para analisar rochas ao noroeste da Austrália, na região de Pilbara. “Essa região é muito interessante”, disse Brown em entrevista à rede britânica BBC. “É uma parte do planeta que conseguiu ficar na superfície por 3,5 bilhões de anos — cerca de 3 quartos da existência da Terra”.
 
Essas informações permitiram aos cientistas observar o que estava acontecendo com a Terra nos momentos iniciais de sua formação. Comparando os resultados obtidos nos dois planetas, os cientistas pensam que a vida possa ter existido em Marte cerca de 4 bilhões de anos atrás.
 
Aqui na Terra, os pesquisadores acreditam que os micróbios deixaram marcas distintivas nas rochas da região de Pilbara. Essas marcas são chamadas de “estromatólitos” e podem ser vistas e estudadas hoje em dia.
 
O estudo mostra que as rochas do Nili Fossae em Marte possuem minerais muito semelhantes às rochas de Pilbara, na Austrália. Brown e seus colegas entendem que isso é a prova de que resquícios de vida existem enterrados naquela região de Marte.
 
Muitos cientistas, incluindo Brown, esperavam poder fazer melhores análises das rochas. Nili Fossae era uma região fortemente cotada para ser o local de pouso do novo projeto da Nasa, o Mars Science Laboratory, que será lançado em 2011.
 
Mas a região foi cortada da lista em junho de 2010 por ter sido considerada perigosa demais para os planos da agência americana. Os cientistas precisavam de 20 quilômetros de superfície plana, o que não ocorre no relevo bastante irregular presente em Nili Fossae.
 
Pode ser que leve algumas décadas antes que a ciência consiga levar geólogos de verdade para estudar essas regiões em Marte”, desabafou Brown. “E acredito que quando isso acontecer ainda não saberemos se a vida existe no planeta”, concluiu.

Fonte: Revista Veja