Pesquisadores identificaram rochas que podem abrigar os restos fossilizados de vida em Marte
Cientistas acreditam que a região de Nili Fossae, em Marte, pode conter fósseis de vida que existiu há 4 bilhões de anos no planeta (NASA/JPL/Univ. Arizona)
Pesquisadores encontraram no Nili Fossae, uma região rochosa de Marte, indícios de que existiria vida fossilizada no planeta. A equipe de pesquisadores foi chefiada pelo cientista Adrian Brown, do Instituto de Procura de Inteligência Extraterrestre (Seti, em inglês), EUA, e contou com a participação do brasileiro Carlos Roberto de Souza Filho, da Unicamp.
Pesquisadores encontraram no Nili Fossae, uma região rochosa de Marte, indícios de que existiria vida fossilizada no planeta. A equipe de pesquisadores foi chefiada pelo cientista Adrian Brown, do Instituto de Procura de Inteligência Extraterrestre (Seti, em inglês), EUA, e contou com a participação do brasileiro Carlos Roberto de Souza Filho, da Unicamp.
Os cientistas acreditam que o mesmo processo que preservou os restos de vida na Terra pode ter ocorrido em Marte. Segundo o estudo, as rochas existem há cerca de 4 bilhões de anos. A atividade vulcânica teria desempenhado um papel importante na preservação dos fósseis.
Desde 2008, quando os pesquisadores da Nasa encontraram carbonato — um tipo de sal encontrado em minerais — em Marte, a comunidade científica vem reagindo positivamente sobre a possibilidade da vida ter existido no Planeta Vermelho. Na maioria das vezes, a vida se transforma em carbonato quando é enterrada. Em outros casos, transforma-se em petróleo. O mineral vem dos restos fossilizados de cascas e ossos e possibilita uma forma de investigar a vida que já existiu há muito tempo na Terra.
Agora, os cientistas querem utilizar o mesmo procedimento feito aqui no planeta para identificar restos de vida em Marte.
Adrian Brown usou um instrumento do Mars Reconnaissance Orbiter, um orbitador da Nasa que gira em torno de Marte, para estudar as rochas no Nili Fossae com luz infravermelha. Depois, utilizaram a mesma técnica para analisar rochas ao noroeste da Austrália, na região de Pilbara. “Essa região é muito interessante”, disse Brown em entrevista à rede britânica BBC. “É uma parte do planeta que conseguiu ficar na superfície por 3,5 bilhões de anos — cerca de 3 quartos da existência da Terra”.
Essas informações permitiram aos cientistas observar o que estava acontecendo com a Terra nos momentos iniciais de sua formação. Comparando os resultados obtidos nos dois planetas, os cientistas pensam que a vida possa ter existido em Marte cerca de 4 bilhões de anos atrás.
Aqui na Terra, os pesquisadores acreditam que os micróbios deixaram marcas distintivas nas rochas da região de Pilbara. Essas marcas são chamadas de “estromatólitos” e podem ser vistas e estudadas hoje em dia.
O estudo mostra que as rochas do Nili Fossae em Marte possuem minerais muito semelhantes às rochas de Pilbara, na Austrália. Brown e seus colegas entendem que isso é a prova de que resquícios de vida existem enterrados naquela região de Marte.
Muitos cientistas, incluindo Brown, esperavam poder fazer melhores análises das rochas. Nili Fossae era uma região fortemente cotada para ser o local de pouso do novo projeto da Nasa, o Mars Science Laboratory, que será lançado em 2011.
Mas a região foi cortada da lista em junho de 2010 por ter sido considerada perigosa demais para os planos da agência americana. Os cientistas precisavam de 20 quilômetros de superfície plana, o que não ocorre no relevo bastante irregular presente em Nili Fossae.
“Pode ser que leve algumas décadas antes que a ciência consiga levar geólogos de verdade para estudar essas regiões em Marte”, desabafou Brown. “E acredito que quando isso acontecer ainda não saberemos se a vida existe no planeta”, concluiu.
Fonte: Revista Veja
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