Gottfried Wilhelm von Leibniz (Leipzig,  1  de julho de 1646  — Hanôver,  14 de novembro de 1716) foi um filósofo,  cientista,  matemático, diplomata  e bibliotecário alemão. 
A ele é atribuída a criação do termo "função"  (1694),  que usou para descrever uma quantidade  relacionada a uma curva, como, por exemplo, a inclinação ou um ponto  qualquer situado nela. É creditado a Leibniz e a Newton  o desenvolvimento do cálculo  moderno, em particular o desenvolvimento da Integral  e da Regra do Produto.  Demonstrou genialidade também nos campos da lei, religião,  política,  história,  literatura,  lógica,  metafísica e filosofia.
Notas Biográficas
O pai era professor de filosofia moral em Leipzig e morreu em 1652, quando  Leibniz tinha apenas seis anos. Em 1663 ingressa  na Universidade de Leipzig, como  estudante de Direito. Em 1666 obtém o grau de doutor em direito, em Nuremberg, pelo ensaio prenunciando uma das mais  importantes doutrinas da posterior filosofia. Nessa época afilia-se à  Sociedade Rosacruz, da qual seria  secretário durante dois anos.
Foi o primeiro a perceber que a anatomia da  lógica - “as leis do pensamento”- é assunto de análise combinatória.  Em 1666  escreveu De Arte Combinatoria, no qual formulou um modelo que  é o precursor teórico de computação moderna: todo raciocínio, toda  descoberta, verbal ou não, é redutível a uma combinação ordenada de elementos tais como  números, palavras, sons ou cores.
Na visão que teve da existência de uma “característica universal”,  Leibniz encontrava-se dois séculos à frente da época, no que concerne à  matemática e à lógica.
Aos 22 anos, foi-lhe recusado o grau de doutor, alegando-se  juventude. Tinha vinte e seis anos, quando passou a ter aulas com Christiaan Huygens, cujos melhores trabalhos tratam da teoria ondulatória  da luz. A maior parte dos papéis em que rascunhava suas idéias,  nunca revisando, muito menos publicando, encontra-se na Biblioteca  Real de Hanôver aguardando o paciente trabalho de estudantes.  Leibniz criou uma máquina de calcular, superior à que fora criada por Pascal,  fazendo as quatro operações.
Em Londres,  compareceu a encontros da Royal  Society, em que exibiu a máquina de calcular, sendo eleito membro  estrangeiro da Sociedade antes de sua volta a Paris em  março de 1673.  Em 1676,  já tinha desenvolvido algumas fórmulas elementares do cálculo e tinha  descoberto o teorema fundamental do cálculo,  que só foi publicado em 11 de julho de 1677, onze  anos depois da descoberta não publicada de Newton. No período entre 1677  e 1704, o  cálculo leibniziano foi desenvolvido como instrumento de real força e  fácil aplicabilidade no continente, enquanto na Inglaterra,  devido à relutância de Newton em dividir as descobertas matemáticas, o  cálculo continuava uma curiosidade relativamente não procurada.
Durante toda a vida, paralelamente à Matemática, Leibniz trabalhou  para aristocratas, buscando nas genealogias provas legais do direito ao  título, tendo passado os últimos quarenta anos trabalhando  exclusivamente para a família Brunswick, chegando a confirmar para os  empregadores o direito a metade de todos os tronos da Europa. As  pesquisas levaram-no pela Alemanha,  Áustria  e Itália  de 1687 a 1690. Em 1700, Leibniz  organizou a Academia de Ciências da Prússia,  da qual foi o primeiro presidente. Esta Academia permaneceu como uma  das três ou quatro principais do mundo até que os nazistas  a eliminaram.
Morreu solitário e esquecido. O funeral foi acompanhado pelo  secretário, única testemunha dos últimos dias.
Filósofo 
O pensamento filosófico de Leibniz parece fragmentado, porque seus  escritos filosóficos consistem principalmente de uma infinidade de  escritos curtos: artigos de periódicos, manuscritos publicados muito  tempo depois de sua morte, e muitas cartas a muitos correspondentes. Ele  escreveu apenas dois tratados filosóficos, dos quais apenas "Téodiceia"  de 1710 foi publicado em sua vida.
Leibniz data o seu começo na historia da filosofia com seu "Discurso  sobre metafísica", que ele compôs em 1686 como um comentário sobre uma  contínua disputa entre Malebranche e Antoine Arnauld. Isto levou a uma  extensa e valiosa correspondência com Arnauld;o Discurso sobre  metafisica não foi publicado até o século 19. Em 1695, Leibniz fez sua  entrada pública na filosofia européia, com um artigo de jornal  intitulado "Novo Sistema da Natureza e da comunicação das  substâncias".Entre 1695 e 1705, compôs o seu "Novos ensaios sobre o  entendimento humano", um longo comentário sobre John  Locke em seu "Ensaios sobre o entendimento humano", mas ao saber da  morte de Locke, 1704, perdeu o desejo de publicá-lo, Isto aconteceu até  que os novos ensaios foram publicados em 1765. "A Monadologia", composta  em 1714 e publicado postumamente, é constituída por 90 aforismos.
Leibniz conheceu Espinoza, em 1676, leu alguns  de seus escritos inéditos, e desde então tem sido suspeito de  apropriar-se de algumas das idéias de Espinosa. Embora Leibniz admirava o  poderoso intelecto de Espinosa, ele também foi francamente desanimado  com as conclusões de Spinoza, especialmente quando estes eram  incompatíveis com a ortodoxia cristã.
Ao contrário de Descartes e Espinoza, Leibniz  tinha uma formação universitária completa na filosofia. Sua carreira  começou, ao longo de uma influência escolar e aristotélica traíndo a  forte influência de um de seus professores de Leipzig, Jakob Thomasius,  que também supervisionou a sua tese de Licenciatura em Filosofia.  Leibniz também ansiosamente leu Francisco Suárez, jesuíta espanhol  respeitados, mesmo em universidades Luteranas. Leibniz estava  profundamente interessado em novos métodos e as conclusões de Descartes,  Huygens, Newton e Boyle, mas  viu o seu trabalho através de uma lente fortemente matizadas por noções  escolasticas. No entanto, a verdade é que os métodos de Leibniz e suas  preocupações, muitas vezes anteciparam a lógica e a analítica, assim  como a filosofia da linguagem do século 20.
Princípios 
Liberdade x determinação: Leibniz admitia uma série de causas  eficientes a determinar o agir humano dentro da cadeia causal do  mundo natural. Essa série de causas eficientes dizem respeito ao corpo e  seus atos. Contudo, paralela a essa série de causas eficientes, há uma  segunda série, a das causas finais. As causas finais poderiam ser  consideradas como uma infinidade de pequenas inclinações e disposições  da alma, presentes e passadas, que conduzem o agir presente. Há, como em  Nietzsche, uma infinidade imensurável de motivos  para explicar um desejo singular. Nesse sentido, todas as escolhas  feitas tornam-se determinantes da ação. Cai por terra a noção de  arbitraridade ou de ação isolada do contexto. Parece também cair por  terra a noção de ação livre, mas não é o que ocorre. Leibniz acredita na  ação livre, se ela for ao mesmo tempo 'contingente, espontânea e  refletida'.
A Contingência: A contingência opõe-se à noção de necessidade,  não à de determinação. A  ação  é sempre contingente, porque seu oposto é sempre possível.
A Espontaneidade: A ação é espontânea, quando o princípio de  determinação está no agente, não no exterior deste. Toda ação é  espontânea e tudo o que o indivíduo faz depende, em última instância,  dele próprio.
A Reflexão: Qualquer animal pode agir de forma contingente e  espontânea. O que diferencia o animal humano dos demais é a capacidade  de reflexão  que, quando operada, caracteriza uma ação como livre. Os homens têm a  capacidade de pensar a ação e saber por que agem.
Os escritos de Leibniz estão a ser discutidos até os dias de hoje,  não apenas por suas antecipações e possíveis descobertas ainda não  reconhecidas, mas como formas de avanço do conhecimento atual. Grande  parte de seus escritos sobre a física está incluído na Escritos  Matemáticos de Gerhardt.
Física: Leibniz teve grandes contribuições para a estática e a  dinâmica emergentes sobre ele, muitas vezes em desacordo com Descartes e  Newton. Ele desenvolveu uma nova teoria do movimento (dinâmicas) com  base na energia cinética e energia potencial, que postulava o espaço  como relativo, enquanto Newton sentira fortemente o espaço como algo  absoluto. Um exemplo importante do pensamento maduro de Leibniz na  questão da física é seu Specimen Dynamicum de 1695.
Até a descoberta das partículas subatômicas e da mecânica quântica  que os regem, muitas das idéias especulativas de Leibniz sobre aspectos  da natureza não redutível a estática e dinâmica faziam pouco sentido.  Por exemplo, ele antecipou Albert Einstein, argumentando, contra Newton,  que o espaço, tempo e movimento são relativos, não absolutos. As regras  de Leibniz é um importante, se muitas vezes esquecida provas em  diversos campos da física. O princípio da razão suficiente tem sido  invocado na cosmologia recente, e sua identidade dos indiscerníveis na  mecânica quântica, um campo de algum crédito, mesmo com ele tendo  antecipado em algum sentido. Aqueles que defendem a filosofia digital,  uma direcção recente em cosmologia, alegão Leibniz como precursor.




 
 


 
 
 
 
 

 
 
 

 


 
 
 
 
 

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