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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Observações indicam que energia escura é invariável


Projeto multinacional mede energia liberada por 71 supernovas
por David Biello


Quando Albert Einstein trabalhava em suas equações da teoria da relatividade, lançou uma constante cosmológica para mostrar o Universo em equilíbrio harmonioso. No entanto, observações posteriores por Edwin Hubble provaram que o Universo não é estático. Pelo contrário, as galáxias estavam se movimentando em velocidades variadas. Einstein então abandonou esse conceito de equilíbrio, chamando-o de maior erro da sua vida acadêmica.

E observações na década de 1990 provaram que o Universo não se expandia lentamente, mas muito rápido. Isso parecia apontar para uma energia escura que preenche o espaço. Uma série de teorias tem sido desenvolvida para explicar o que pode ser esta energia escura.

Agora, novas observações de uma equipe internacional de astrônomos parecem mostrar que a energia escura é invariável ao longo do espaço e do tempo. Ao medir as distâncias de 71 supernovas, os cientistas foram capazes de determinar, com um elevado grau de confiabilidade, o grau de energia produzida pela explosão da estrela. Os pesquisadores também incluíram esses dados em uma equação que mede a relação entre pressão e densidade, descobrindo que a energia escura deve ser inferior a 0,85 – muito perto da constante cosmológica de Einstein de -1. "Nossa observação conflita com uma série de idéias teóricas sobre a natureza da energia escura, segundo as quais ela deve mudar à medida que o Universo se expande", diz o membro da equipe de Carlberg Universidade de Toronto. Os resultados serão publicados em uma edição futura da Astronomy & Astrophysics.

As 71 observações de supernovas são os resultados de apenas um ano do estudo Supernova Legacy Survey, realizado com telescópios em todo o mundo. Os dados recolhidos ao longo dos próximos quatro anos deverão aumentar a precisão da localização e ajudar os pesquisadores a determinar mais sobre a natureza enigmática da energia escura, que parece constituir pelo menos 70% do Universo.

Fonte: Scientific American Brasil

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