'Estrangeiros' podiam participar de experimentos, mas não liderá-los. Abertura abre possibilidade de expansão do orçamento do LHC
O Cern, centro europeu de pesquisas voltado para o estudo das partículas, que atualmente conduz a maior experiência científica da humanidade (o Grande Colisor de Hádrons - LHC, na sigla em inglês), está aberto para que os países de todo o planeta, que tenham qualificação para tanto, tornem-se membros da instituição.
Até agora, o centro criado há 56 anos perto de Genebra, entre a fronteira da França e da Suíça, dono de um orçamento anual de 10 bilhões de francos suíços (US$ 8,7 bilhões), havia aceitado apenas Estados europeus como membros plenos, embora muitos outros participem de suas atividades.
"Este é um salto gigantesco para a física das partículas que reconhece a globalização crescente da área", disse Michel Spiro, presidente do conselho normativo do Cern, que tomou a decisão no fim de semana. Rolf Heuer, diretor-geral do organismo cujos cientistas venceram uma série de prêmios Nobel e que fez pesquisas que levaram à criação da internet (em 1989), afirmou que a mudança reflete o interesse global na pesquisa sobre o nascimento do universo.
A mudança não necessariamente significa mais dinheiro para o Cern, cujo orçamento é fixo por cinco anos e depois compartilhado entre seus membros, de acordo com o porta-voz James Gillies. Mas quer dizer que há uma potencial fonte de receita extra para a organização, que, segundo críticos, consome enormes fundos que poderiam ser utilizados para finalidades mais práticas.
Os defensores, e os governos que aprovam o seu orçamento, afirmam que há muitas consequências benéficas à economia e para a saúde derivadas da atividade do centro. Fundado em 1954 por 12 países europeus com o objetivo de restaurar o papel do continente na pesquisa da área da física após a Segunda Guerra Mundial, o Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) atualmente tem 20 membros.
Fonte: Jornal da Ciência
0 comentários:
Postar um comentário