Subscribe Twitter Facebook

terça-feira, 3 de maio de 2011

Implicações do mundo digital na Música

A música é a arte dos sons. Infinitos sons podem ser encontrados na natureza. Desde batidas de tambores a melodias de violino. E a ordenação lógica destes sons, é o que faz a música.


Estamos na era do digital. Mas, muitos não sabem o que significa o termo digital. Este termo refere-se a um novo sistema de discretização de valores. Ou seja, os sistemas digitais pegam valores enormes e tentam transformá-los em valores bem menores. Isso é feito para poder-se ter uma fácil reprodução e uma manipulação mais adequada destes valores. Um bom exemplo é um termômetro: Qual a diferença entre um termômetro de mercúrio e um digital? Se você olhar bem no termômetro de mercúrio, irá perceber que não existe um valor certo para uma temperatura. Nunca uma escala limitada vai chegar exatamente na temperatura real. O que o sistema digital faz, é discretizar esses valores em valores menores para termos uma noção da temperatura. Para ficar mais claro, imagine que a medição de um termômetro de mercúrio ficou entre 30 e 31 graus. Quantos valores existem entre 30 e 31? Infinitos: 30.01, 30.33223,. 30.987.. e assim vai. Enquanto no termômetro digital o que teremos? Temperaturas fixas 30, 31. Quanto mais discretização dos valores, mais informação o sistema digital irá perder. A vantagem de um sistema analógico (termômetro de mercúrio), é que ele consegue representar melhor o mundo real, mas, para reproduzir fielmente valores analógicos seriam necessários infinitos valores, e isso vai de contra nossa limitação de processamento. Já os sistemas digitais, discretizam esses valores para podermos manipularmos e entendermos o mundo a nossa volta, sem contar a exata  e fácil reprodução digital. Mas, o que isso tem haver com a música?




Bem, como já foi dito; tudo está tornando-se digital. As implicações do mundo digital chegaram até as artes. É notório que grande parte dos músicos utilizam-se de equipamentos digitais para uma melhor performance. Ou seja, a manipulação de sons e a sua reprodução nos sistemas digitais tornam-se triviais se comparados ao analógico. Sempre que uma música digital é tocada, e tocada infinitas vezes, ela sempre será igual a original que foi gravada (não a tocada). Mas, se gravarmos uma música no formato analógico (fitas cassetes) e reproduzirmos ela várias vezes, cada vez que ela for reproduzida, será uma música diferente da original (gravada) a cada reprodução.

                                                               
Mesmo nós, vivendo em um mundo analógico, com infinitos valores, só conseguimos compreender e manipular o mundo de forma mais adequada se discretizarmos os valores. Isso tem várias implicações. As vantagens de um novo conceito de música digital é que podemos manipular de forma extraordinária os sons, fazendo-se efeitos, sons que não são encontrados na natureza, combinações se sons, e assim vai até onde a criatividade deixar. Mas, nunca o mundo digital irá conseguir gravar e reproduzir fielmente a música original tocada. São valores demais para os nossos computadores. Por isso, nunca troque e nunca diga que uma música tocada em um formato digital é melhor do que uma música ao vivo. Nunca. Nossos ouvidos são os melhores captadores de sons que existe, e uma experiência ao vivo nada se compara a uma discretização do mundo real.


Clave de Pi - "O conhecimento é a harmonia da vida."

1 comentários:

CCM disse...

Bem bacana esse post!