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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O que é um fractal?

Nos últimos anos, diferentes definições de fractais têm surgido. No entanto, a noção que serviu de fio condutor a todas as definições foi introduzida por Benoît Mandelbrot através do neologismo "Fractal", que surgiu do latino fractus, que significa irregular ou quebrado, como ele próprio disse: "Eu cunhei a palavra fractal do adjectivo em latim fractus. O verbo em latim correspondente frangere significa quebrar: criar fragmentos irregulares, é contudo sabido – e como isto é apropriado para os nossos propósitos! – que, além de significar quebrado ou partido, fractus também significa irregular. Os dois significados estão preservados em fragmento".
Os fractais são formas geométricas abstractas de uma beleza incrível, com padrões complexos que se repetem infinitamente, mesmo limitados a uma área finita. Mandelbrot, constatou ainda que todas estas formas e padrões, possuíam algumas características comuns e que havia uma curiosa e interessante relação entre estes objetos e aqueles encontrados na natureza.
Um fractal é gerado a partir de uma fórmula matemática, muitas vezes simples, mas que aplicada de forma interativa, produz resultados fascinantes e impressionantes.
Uma 1ª definição, pelo próprio Mandelbrot, diz que: "Um conjunto é dito fractal se a dimensão Hausdorff deste conjunto for maior do que a sua dimensão topológica". Contudo, no decorrer do tempo ficou bastante claro que esta definição era muito restrita, embora apresentasse algumas motivações pertinentes.
Existem duas categorias de fractais: os geométricos, que repetem continuamente um modelo padrão e os aleatórios, que são feitos através dos computadores.
Além de se apresentarem como formas geométricas, os fractais representam funções reais ou complexas e apresentam determinadas características: auto-semelhança, a dimensionalidade e a complexidade infinita.
Uma figura é auto-semelhante se uma parte dela é semelhante a toda a figura. Podemos observar esta característica na curva de Koch. 

Texto retirado de: O Mundo dos Fractais

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O berço escuro do tempo

Novo modelo científico proposto pelo físico Nikodem Poplawski sugere que o Universo está dentro de um enorme buraco negro, que parou de se contrair e se expandiu violentamente
Das inúmeras expressões que a linguagem cotidiana toma emprestadas das ciências naturais, "buraco negro" talvez seja uma das mais felizes, pois reproduz com certa precisão seu significado físico: um objeto astronômico tão maciço e denso que a atração gravitacional por ele exercida engole tudo à sua volta, até mesmo a luz.
Uma teoria recentemente ressuscitada -com aprimoramentos- propõe que esses sorvedouros cósmicos podem parar de se contrair e, então, expandir-se violentamente, dando origem a outros universos -como o nosso. Se os modelos e equações do físico teórico polonês Nikodem Poplawski estiverem certos, a explicação poderia contribuir para desvendar um dos maiores mistérios da física: por que o tempo só corre numa direção linear, ou seja, para a frente?
Não é de hoje que buracos negros suscitam polêmica. A ideia de uma imensa mancha negra no Universo começou a ser discutida ainda no século 18, mas o termo foi aplicado pela primeira vez dois séculos depois. O criador da expressão é o astrofísico John Wheeler, que, no entanto, não assume sua autoria completamente. Wheeler dizia que o termo "buraco negro" teria surgido durante uma aula no final da década de 60 -algum estudante soltou essa expressão quando ele falava sobre estrelas em colapso.
O conceito tem sido debatido intensamente por teóricos célebres como Stephen Hawking, que descobriu, pouco depois de o termo ter sido criado, que os buracos negros podem emitir radiação (ou seja, não são totalmente negros). A relação entre buracos negros e a origem da vida (e do Universo) também começou a ser especulada pela ciência há algumas décadas.
O físico Raj Pathria, por exemplo, criou um modelo que tratava o Universo como um buraco negro. O conceito foi aprimorado por cientistas que vieram depois, como John Richard Gott, que, em 1998, publicou uma teoria que relacionava a origem dos buracos negros e dos Universos.
Recentemente, um novo cientista ("novo" também porque ele tem apenas 35 anos) sacudiu a comunidade internacional de cosmólogos. Em dois estudos publicados neste ano, o polonês Nikodem Poplawski afirma que um enorme buraco negro que parou de se contrair e começou a se expandir violentamente teria dado origem a este Universo -que, por sua vez, está dentro dele. E essa nova concepção de formação do espaço explicaria por que o tempo corre em apenas uma direção.
Filho de artistas, nascido em Torun -mesma cidade natal do astrofísico e matemático do século 15 Nicolau Copérnico (o autor da teoria heliocentrista, ou seja, a que afirmou pela primeira vez que a Terra girava em volta do Sol e não o contrário)- Nikodem Poplawski começou a se interessar pelas "ciências duras", como a química e a física, quando ainda era criança. Hoje faz pós-doutorado na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. "Quero entender a origem do Universo, a origem das partículas, a seta do tempo", explica.
Os trabalhos de Poplawski foram publicados na "Physics Letters B", uma das mais importantes revistas internacionais sobre física nuclear e de partículas, e no Arxiv da biblioteca eletrônica da Universidade Cornell (EUA). Arxiv é uma espécie de espaço virtual de debates científicos, que podem acontecer entre estudantes de graduação até os mais altos escalões do meio acadêmico.
Especialmente em áreas experimentais, como a física, a publicação no Arxiv funciona bem e é mais ágil do que as publicações em revistas científicas convencionais, cujo processo de aprovação de um artigo pode levar de um a dois anos, desde o seu recebimento.
No Arxiv, por exemplo, o artigo do polonês já rendia cerca de 200 extensos comentários, textos e indicações de leitura de cientistas que interagiam entre si e criavam novas perguntas -todas com cunho científico (quando um debate vira uma conversa "informal" e pouco científica, a repressão dos usuários do Arxiv é grande).
A ideia proposta por Poplawski nessas duas publicações confronta, de certa maneira, a teoria do Big Bang, que define que o Universo teria surgido a partir da expansão de uma grande concentração de massa e energia há 13,7 bilhões de anos. É a teoria que tenta explicar a origem do Universo mais aceita na atualidade.
Para os críticos da ideia do Big Bang como origem de tudo, a simples identificação de um momento como o "começo" do Universo é uma proposta irracional. No Brasil, um desses críticos é o físico Mário Novello, pesquisador e professor titular no Instituto Brasileiro de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do Rio de Janeiro, e autor de "Do Big Bang ao Universo Eterno" (Zahar).
Para Novello, caso existisse um "começo singular", o Universo não admitiria uma explicação racional para toda a sua história. Afinal, trata-se de um contexto em que, por exemplo, há uma temperatura infinita e uma densidade infinita. Se não é possível quantificar o infinito, a teoria não daria conta da explicação do fenômeno.
"Consequentemente, a ciência moderna, que teve início lá atrás, com Tycho Brahe, Galileu Galilei e outros astrônomos, teria chegado ao seu limite", diz Novello.
A cosmologia está longe de chegar ao seu limite e, aliás, é uma ciência recentemente institucionalizada. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Cosmologia foi criado em 2003, sob o nariz torto da Sociedade Brasileira de Física. Vários países que ainda não tinham seus institutos seguiram a trajetória tupiniquim, como Índia, Canadá, França e Rússia. E, com laboratórios próprios, cosmólogos do mundo inteiro tentam projetar modelos matemáticos para explicar, por exemplo, de onde veio este Universo.
Se o polonês estiver certo e se este Universo tiver surgido de um buraco negro, como teria se originado o buraco negro primordial? A física diz que um buraco negro é gerado por uma estrela que se contraiu. Todas as estrelas (astros que emitem luz própria) precisam de combustível para "se manter" -no caso do Sol, hidrogênio, que se transforma em hélio por fusão nuclear. Quando o combustível de uma estrela acaba, ela começa a se contrair pela ação da própria gravidade.
Se a massa da estrela for muito grande (com campo gravitacional muito intenso), não há nenhum mecanismo conhecido que possa deter sua contração. Nesse caso, o colapso culmina num buraco negro.
A partir daqui, desenrola-se a teoria de Poplawski. Segundo ele, o buraco negro, no seu limite de contração (o que é chamado de "horizonte de eventos"), teria uma expansão rápida e daria origem a um Universo. Assim, esse Universo estaria dentro de um imenso buraco negro que se expandiu violentamente depois de sua contração parar.
"Antes disso, nosso Universo era uma estrela que vivia no interior de outro grande Universo", explica o físico. Em outras palavras, cada Universo viveria dentro de buracos negros que, por sua vez, poderiam possuir estrelas que, se altamente contraídas, dariam origem a novos buracos negros, com novos Universos dentro.
As explicações físicas para os buracos negros -que têm campos gravitacionais muito intensos- são complexas. A lei da gravitação de Isaac Newton, do século 17, por exemplo, não é suficiente para esclarecer esses corpos. Entram, então, em cena as famosas equações de Albert Einstein, propostas em 1915, sem as quais não é possível descrever o que acontece com um buraco negro. Poplawski apropriou-se amplamente dessas equações nos seus estudos.
Mas há uma limitação da teoria de Einstein, que pressupõe um campo gravitacional infinito. "Afinal, não pode haver quantidades infinitas na natureza", explica o físico e divulgador científico Roberto Belisário, doutor pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Como a descrição de Einstein, portanto, não é completa, é preciso também levar em conta a mecânica quântica, que desde o início do século 20 fornece descrições mais precisas sobre sistemas microscópicos na tentativa de explicar fenômenos macroscópicos.
A teoria de Poplawski de que o Universo estaria dentro de um buraco negro vai além de uma inspiração sobre a origem do Universo. Ela quer também explicar uma das maiores inquietações da humanidade que serve, incansavelmente, de pano de fundo para a ficção científica: por que o tempo só anda para a frente?

A ideia da seta temporal em apenas uma direção, de maneira que não podemos voltar no tempo, mas apenas viajar pelo espaço, tem a ver, de acordo com o polonês, com uma espécie de herança que o Universo "filho" herdaria do buraco negro "mãe". Universos filhos receberiam as propriedades, como o sentido do tempo, de suas mães, e se manteriam em assimetria com elas, assim como pedacinhos de papel jogados por uma janela seguem a direção do vento. E como o buraco negro se expande sempre numa única direção (por bilhões de anos), no Universo filho também só será possível viajar rumo a um único lugar: o futuro.
Se fosse possível detectar essas propriedades transmitidas de "mãe para filho", haveria uma prova experimental da ideia do cientista polonês. Mas, ao que parece, a proposta do autor não foi construir uma teoria "testável", mas mostrar que é possível dar conta da assimetria do tempo e da expansão do Universo com uma teoria. Para testá-la, os trabalhos de Poplawski precisariam ser aperfeiçoados de modo a incluir fenômenos novos e observáveis.
Mas essa tarefa fica para a frente -para o futuro.

Texto retirado de: Jornal da Ciência

domingo, 24 de outubro de 2010

Fractais

Caros leitores,

Nos próximos posts escreveremos sobre os fractais. Com a morte de Mandelbrot  resolvemos conhecê-los melhor  e achamos esse tema muito interessante, por isso resolvemos compartilhar com vocês. Nesse primeiro, está relatada a cronologia desta incrível geometria. Esperamos que gostem.

"A Geometria dos Fractais não é apenas um capítulo da Matemática, mas também
uma forma de ajudar os Homens a verem o mesmo velho Mundo diferentemente"

- Benoît Mandelbrot


Cronologia

Há mais de dois mil anos, Euclides, segundo conta a tradição, enquanto caminhava pela praia, notou que a areia, vista como um todo, se assemelhava a uma superfície contínua e uniforme, embora fosse composta por pequenas partes visíveis.
Desde então, empenhou-se em tentar provar, matematicamente, que todas as formas da natureza podiam ser reduzidas a formas geométricas simples (cubos, esferas, prismas).
Concentrado sobretudo nas formas, deixou de lado um elemento importantíssimo neste tipo de análise: a dimensão. No entanto, inconscientemente, esta foi a chave para o pensamento inicial de Euclides, já que um grão de areia, considerado isoladamente, apresenta três dimensões (largura, altura e profundidade), enquanto que a superfície arenosa da praia é visualmente plana (com duas dimensões).

Século XII

Newton e Leibniz criaram o cálculo, com as suas técnicas de "diferenciação" em termos geométricos, para assim poderem encontrar a tangente e a curva em qualquer ponto dado. No entanto, algumas funções eram descontínuas e, não tinham tangentes nem pontos isolados.

1870 

  • Weierstrass descreveu uma função que era contínua, mas não era diferenciável, isto é, em nenhum ponto se podia descrever uma tangente à curva. 
  • Quase simultaneamente, Cantor criou um método simples de transformar uma linha numa poeira de pontos, que apesar de não passar de pontos isolados no intervalo [ 0, 1 ], tem mais pontos do que os números racionais, ou seja, tem uma quantidade não numerável de pontos.
  • Peano, por seu lado, gerou pela primeira vez uma curva ondulada, que tocava em cada ponto do plano.
Todas estas formas pareciam sair das categorias usuais de linhas unidimensionais, bidimensionais e planos tridimensionais, daí o fato pelo o qual a maioria ser vista como "casos patológicos".
1880

Poincaré ao analisar a estabilidade do sistema solar, desenvolveu um método qualitativo no qual cada ponto representava uma diferente órbita planetária, criando, o que hoje podemos chamar topologia.
Revelou ainda que enquanto muitos movimentos iniciais velozmente caíam em curvas familiares, algumas eram deveras estranhas, "caóticas", cujas órbitas nunca se tornavam periódicas e previsíveis.
1935
O ponto de partida para um matemático bastante célebre, Benoît Mandelbrot foi precisamente a questão da dimensão, que tinha "escapado" a Euclides.
Mandelbrot descreveu matematicamente a ideia original de Euclides, acrescentando a essa ideia a questão da dimensão,e foi deste modo que surgiu a geometria dos fractais.
Num tempo em que o treino matemático francês era fortemente analítico, Benoît Mandelbrot visualizava os problemas sempre que possível, de forma a também os poder resolver em termos geométricos.
 1958

Mandelbrot juntou-se à IBM e iniciou uma análise matemática do ruído electrônico começando a perceber a estrutura presente nele: as hierarquias de flutuações de todos os tipos que não podiam ser descritas pelos métodos estatísticos existentes. Assim, à medida que os anos foram decorrendo, diversos problemas que não pareciam relacionados, foram se unindo cada vez mais, dando origem ao nome: Geometria Fractal.


Anos mais tarde

Outros investigadores, ao tentar compreender a flutuação, como por exemplo o ruído; séries de preços em economia; ou o percurso de partículas no movimento browniano de fluídos, puderam comprovar que os modelos tradicionais não correspondiam aos dados. Embora, estas pesquisas parecessem sem relação, estavam a convergir para um objetivo comum.
Embora não aparentem, os fractais podem ser encontrados em todo o universo natural e em toda a ciência, desde o aspecto das nuvens, montanhas, árvores e relâmpagos, até à distribuição das galáxias e à economia de stocks e mercados.
Assim, o impacto dos fractais e da geometria fractal é bem evidente, quer na engenharia, nas comunicações telefônicas, na química, na metalúrgica, na arte, na matemática e até no estudo de doenças crônicas e  em outros campos da medicina. Por exemplo, na década passada, alguns estudos revelaram que um coração saudável bate a um ritmo fractal e, que um batimento cardíaco quase periódico, é um sintoma de insuficiência cardíaca.

Texto retirado de O Mundo dos Fractais

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Falece Pai dos Fractais aos 85 anos.


Benoit Mandelbrot, conhecido como pai dos fractais, faleceu na semana passada, com 85 anos. Apesar da morte de Mandelbrot, seu trabalho ficará para sempre entre nós, já que ele contribuiu, de uma belíssima forma, para a compreensão da geometria e dos fenômenos naturais.
Ele desenvolveu fórmulas matemáticas que explicam a natureza de uma forma superior à usada para a geometria euclidiana. Segundo Mandelbrot, o único motivo pela geometria parecer tão distante é que não podemos descrever uma nuvem ou uma planta com ela, por exemplo – ou não podíamos, até ele demonstrar suas fórmulas.
Nos fractais, se você observar com cuidado, verá que as formas se repetem infinitamente, repetindo padrões. Cada parte se revela mais complexa, em um ciclo infinito. Se você não sabia, a palavra “fractal” vem do latim “fractus”, que significa quebrado, em várias partes.
Mandelbrot mostrou que seus fractais podem representar desde galhos de brócolis à cérebros ou ações na bolsa de valores.
Em homenagem a ele, confira essas incríveis imagens de fractais:



sábado, 16 de outubro de 2010

Homanagem ao Dia dos Professores

Nós do Clave de Pi queremos homenagear todos os professores, mestres e edcadores que com tanto carinho e dedicação ensinam e transmitem o conhecimento aos seus alunos. Não nos curvamos à nenhuma celebridade e a nenhum político, mas nos curvamos sim a todos os professores por serem a classe mais importante da sociedade. Sem vocês eu não estaria aqui escrevendo isso.

Obrigado a todos você pelo esforço. Nós sabemos que o professor não é tão valorizado assim no país como deveria, mas, nós do Clave de Pi queremos dizer que o valor de um professor não pode ser mensurado em números. O único símbolo que pode quantificar o valor de um professor é "∞".

Portanto, Feliz dia dos Professores.

Clave de Pi - "O conhecimento é a harmonia da vida."



Projeto da UFRJ cria museu virtual sobre as primeiras máquinas

Museu eletrônico reúne informações das biografias e das obras de 71 inventores dos principais dispositivos eletromecânicos criados de 1820 a 1890

Acender uma lâmpada hoje pode ser um gesto simples, mas o leitor talvez não se dê conta, na correria da vida moderna, de como foi longo o caminho trilhado pelos cientistas para o desenvolvimento da eletricidade. Para resgatar o trabalho dos inventores das primeiras máquinas elétricas, no século XIX, e difundir esse conhecimento histórico gratuitamente pela Internet de forma fácil e didática, um projeto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) criou o Museu Histórico Virtual de Máquinas Elétricas.


O projeto de pesquisa foi contemplado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) no edital Difusão e Popularização da C&T no Estado do Rio de Janeiro.
Coordenado pelo professor José Carlos de Oliveira, do Laboratório de Novas Tecnologias para o Ensino da Engenharia Elétrica (Lanteg/UFRJ), o museu eletrônico reúne informações das biografias e das obras de 71 inventores dos principais dispositivos eletromecânicos criados de 1820 a 1890, que deram origem à atual tecnologia das máquinas elétricas.
"Esse período é fundamental porque abrange desde a invenção das primeiras máquinas elétricas experimentais até a criação das primeiras máquinas elétricas utilizadas comercialmente", explica José Carlos.
As histórias de vida dos cientistas de várias nacionalidades - especialmente da Europa e dos Estados Unidos - envolvidos na produção das 101 máquinas disponíveis no acervo virtual do museu foram o eixo do trabalho.
"As biografias contribuíram para selecionar o acervo, observar o desenvolvimento da tecnologia dos dispositivos eletromecânicos e entender os impactos da criação dessas tecnologias na economia e na sociedade do século XIX", conta. "As máquinas foram escolhidas de acordo com critérios como a utilidade que teriam para ajudar na compreensão de fenômenos relativos à eletricidade e a facilidade de manipulação que ofereceriam aos internautas".

Um passeio virtual pela história da eletricidade

O minucioso trabalho de pesquisa para a elaboração do conteúdo do museu virtual foi realizado em manuais da época, patentes, relatórios de exposições internacionais, papers das sociedades científicas e em diversos periódicos históricos de divulgação científica.
Entre os cientistas em destaque no acervo do museu virtual, está o físico dinamarquês Hans Christian Oersted, que descobriu o princípio motor do eletromagnetismo, em 1820. Ele observou que a corrente elétrica gerava ao seu redor um campo eletromagnético capaz de movimentar a agulha magnética de uma bússola, mudando sua orientação. "A experiência de Oersted foi importante porque abriu as portas para se entender que o campo eletromagnético pode gerar movimento", explica.
Outro cientista que marcou o desenvolvimento da eletricidade foi o físico e químico inglês Michael Faraday. Em 1931, ele desenvolveu um dispositivo que levaria o seu nome: o anel de Faraday, que também pode ser visto no site. Faraday descobriu que o movimento de espiras (fios enrolados) na presença de um ímã pode produzir eletricidade.
"Com este experimento, foi possível verificar que a variação da corrente em um circuito induz o surgimento de uma corrente elétrica no outro circuito", diz José Carlos, lembrando que Faraday desenvolveu o primeiro motor elétrico laboratorial da história utilizando-se do princípio de Oersted, no famoso experimento chamado Copos de Faraday.
Depois de 1831, muitas máquinas elétricas (motores e geradores) foram criadas - por cientistas como Antoine-Hypolliti Pixii, Marcel Deprèz e Jakob Einstein (o tio do famoso pai da teoria da relatividade, Albert Einstein) -, mas todas ainda estavam em fase experimental.
Só em 1869 o inventor e mecânico belga Zénobe Gramme construiu o primeiro protótipo de gerador de corrente contínua, que permitiu o seu uso como um motor elétrico. Após aperfeiçoamentos, o equipamento passou a ser explorado comercialmente em 1878. Foi a primeira vez que uma máquina geradora de luz elétrica ganhou escala comercial.
"Já em 1889, o croata-americano Nikola Tesla criou o seu primeiro motor de indução. Este acontecimento foi determinante na divulgação da utilização da corrente alternada, permitindo a distribuição da energia por longas distâncias", completa. Pouco tempo depois a corrente alternada passou a ser usada na distribuição de energia elétrica, pois permite o transporte eficiente através de distâncias mais longas que a corrente contínua.

Aprendizagem fácil com recursos da internet

A ideia de criar um museu on-line justifica-se pelas facilidades oferecidas pela internet. Por meio da realidade virtual, os internautas podem observar em terceira dimensão os detalhes das réplicas das máquinas elétricas durante a navegação, movendo-as em todas as direções a partir de um clique.
"A realidade virtual permite uma interface ampla entre seus usuários e o sistema computacional, de modo que eles consigam recriar ao máximo a sensação de realidade, manuseando a máquina em todos os ângulos. É como se estivessem nos laboratórios de seus inventores", diz o engenheiro eletrônico com doutorado em história da ciência pela Universidade de São Paulo (USP).
Outras vantagens do museu virtual são a interatividade e os recursos multimídia. "A tecnologia facilita uma aprendizagem lúdica e permite o manuseio de peças raras, que não é permitido nos museus convencionais", ressalta o professor, que utiliza o site como base para as aulas de história da eletricidade que ministra no Departamento de Engenharia Elétrica da UFRJ. O museu virtual também apresenta vídeos e hipertextos que explicam em uma linguagem leve, acessível mesmo para quem é leigo, o funcionamento das máquinas, informações sobre seus inventores e o contexto em que elas foram criadas.
Além de José Carlos, a elaboração do projeto contou com a participação de uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, que uniram estudos da engenharia, da história e da computação gráfica. São eles: o coordenador do Lanteg/UFRJ, Antonio Lopes de Souza, os engenheiros eletricistas Sergio Hazan e Walter Suemitsu, também professores da UFRJ, e as historiadoras e pesquisadoras do Lanteg Margareth Martins e Maria Ana Quaglino. "Juntos, trabalhamos com o objetivo de democratizar um pouco mais o conhecimento acadêmico sobre o tema", conclui.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Mais de 20.000 acessos

Olá pessoal!


Chegamos a incrível marca de mais de 20.000 acessos em mais de vinte países. E isso devemos a todos você que acessam nosso blog. Não é mostrado no nosso contador, pois ele é recente, mas, temos no histórico esse número de acessos incrível.

Contine divulgando nosso blog. Muito Obrigado.

Clave de Pi- "O conhecimento é a harmonia da vida."

Nobel de Física vai para estudo do grafeno, material semicondutor

Andre Geim e Konstantin Novoselov receberam o prêmio Nobel de Física de 2010 por experimentos inovadores com grafeno, um novo material mais forte que diamante, condutor de calor e, misturado com plástico, superflexível. Curiosamente, Geim também tem no currículo um prêmio Ig Nobel, obtido em 2000, por usar campos magnéticos para viabilizar a levitação de um sapo.
Como material, o grafeno completamente novo – não só o mais fino já obtido, como também o mais resistente. Como condutor de eletricidade, é tão bom quanto cobre. Como condutor de calor é melhor do que qualquer outro material. É quase completamente transparente, mas ao mesmo tão denso que nem mesmo hélio, o menor dos átomos de gás, pode passar por ele.
Uma ampla variedade de aplicações práticas é possível com a exploração das propriedades do grafeno, como a criação de novos materiais e a produção de componentes eletrônicos inovadores. Por exemplo, os cientistas estimam que semicondutores de grafeno serão muito mais rápidos do que os de silício, viabilizando o desenvolvimento de computadores ainda mais eficientes (esta reportagem chegou a mencionar o grafeno como um material supercondutor; a informação foi corrigida).
Uma vez que é praticamente transparente e um ótimo condutor, o grafeno é adequado para telas touch screen, painéis de luz e até mesmo células para captação de energia solar.
Quando misturado com plástico, o grafeno o transforma em condutor de eletricidade e o torna mais resistente ao calor e mecanicamente robusto. A resiliência – propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica – pode ser aproveitada em novos materiais derivados, que sejam finos, elásticos e superleves. No futuro, satélites, aeronaves e automóveis podem ser construídos com esses materiais compostos.
Andre Geim, 51, nascido na Rússia e cidadão holandês, e Konstantin Novoselov, 36, com cidadania britânica e russa, trabalham no Reino Unido, na Universidade de Manchester.
A descrição detalhada do grafeno foi publicado na revista "Science" há seis anos.
O primeiro Nobel de Física foi concedido em 1901 para Wilhelm Röntgen por sua descoberta dos raios X. Desde então, foram 103 prêmios e 187 cientistas receberam a homenagem.
  

O holandês Andre Geim, nascido na Rússia em
1958, concluiu doutoradoem Física de Estados
Sólidos na Academia de Ciências da Rússia.
É diretor do centro de pesquisas de nanotecnologia
da Universidade de Manchester
(Foto: Sergeom, Wikimedia Commons)

      

 Konstantin Novoselov nasceu em 1974 na Rússia.
É um dos mais jovens cientistas a receber o Nobel
(Foto: divulgação nobelprize.org)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

NOTA OFICIAL

Olá pessoal!

Queremos pedir desculpas pelas poucas atualizações no blog. Os editores (Vitor e Jhonatas) estão no terceiro ano do ensino médio, em período de preparação para o vestibular. Não estamos tendo tempo para atualizar o blog e postar novas curiosidades e artigos matemáticos. Porém, não deixe de acessar nosso blog; nós iremos normalizar a situaçao somente em meados de novembro, pois temos muitas provas para realizar.

Enfim, torçam por nós, pois passar no vestibular é uma coisa meio complicada (risos). Nos mandem dicas, criticas, sugestões para melhorar o blog, pois sem vocês nós somos nada. Divulguem o Clave de Pi para seus amigos e professores.


Muito Obrigado pela atenção e desculpe alguma coisa.

E desejem-nos Boa Sorte!

"Clave de Pi" - O conhecimento é a harmonia da vida.