| Os pólos magnéticos da Terra passam por inversões: de vez em quando, o que é norte vira sul, e vice-versa Marcelo Gleiser é professor de física teórica do Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "O Fim da Terra e do Céu". Artigo publicado na “Folha de SP”: Em suas notas autobiográficas, Einstein conta como ele ganhou uma bússola de presente de seu pai quando tinha cinco anos: "Ainda me lembro ou acredito que me lembro que essa experiência causou um profundo efeito sobre mim. Algo de fundamental tinha de estar escondido por trás das coisas". A bússola de Einstein, como qualquer outra, apontava para o norte, independentemente de onde estivesse: o metal da agulha tende a se alinhar com o campo magnético da Terra, que corre na direção norte-sul. Essa observação, tão óbvia quanto a volta do Sol a cada dia, que marinheiros e pássaros usam para se orientar em suas viagens, não tem nada de trivial. O fato de a Terra ser um gigantesco ímã se deve a uma confluência de fatores, que só agora começam a ser entendidos. Dentre as descobertas relativamente recentes, a mais chocante é a de que os pólos magnéticos da Terra -quase alinhados com seus pólos geográficos (daí a utilidade da bússola)- passam por inversões: de vez em quando, o que é norte vira sul, e vice-versa. A questão é quando será a próxima. A última inversão de polaridade ocorreu há 780 mil anos, bem mais tempo do que a média de 250 mil anos. Por alguma razão, os intervalos entre elas vêm encolhendo nos últimos 120 milhões de anos. Sabemos disso porque cada inversão deixa uma assinatura nas rochas magnéticas, suscetíveis a mudanças de orientação do magnetismo terrestre quando aquecidas. Ao resfriarem, mantêm a nova orientação, reproduzindo no tempo a coreografia dos pólos magnéticos. Portanto, a próxima inversão está bem atrasada. Vivemos num período de relativa estabilidade que não durará para sempre. E os primeiros sinais estão já aparecendo. Dados colhidos por satélites em 1980 e em 1999 mostram que ilhas de polaridade oposta no campo magnético terrestre estão crescendo. Imagine uma bola de futebol com o hemisfério sul pintado de azul e o norte de vermelho. As medidas indicam que dentro da região vermelha existem manchas azuis, e vice-versa, e que essas manchas aumentaram nos últimos 20 anos. A suspeita é que elas sejam os precursores da próxima inversão. O campo magnético terrestre se reduziu em 10% desde 1830. O centro da Terra é uma esfera de metal líquido, principalmente ferro, com volume seis vezes maior que o da Lua inteira. Devido à enorme pressão exercida pela crosta e pelo manto, 2 milhões de vezes maior no centro do que na superfície, a temperatura lá chega a 5.000 C, comparável à superfície do Sol. Como em uma sopa, bolhas de metal mais quente e, portanto, menos denso, tendem a subir. Na subida, elas se resfriam e voltam a afundar. Esse processo, chamado de convecção, transporta calor do centro da Terra para a região entre o centro e o manto. O metal líquido conduz eletricidade. Quando adicionamos a rotação da Terra, temos uma esfera de metal líquido e borbulhante girando, essencialmente um gerador elétrico, ou dínamo. Em geradores comuns, o que gira são fios metálicos que transportam corrente. Desse movimento nasce um campo magnético que varia ao longo do tempo. A Terra é um gigantesco dínamo. Sua corrente muda ocasionalmente de direção, invertendo a polaridade de seu campo magnético. Simulações em computadores e experimentos em laboratório têm ajudado no estudo das inversões. Um satélite internacional está tomando novas medidas. Mesmo assim, não podemos ainda prever quando a próxima irá ocorrer. No meio tempo, é bom ficar de olho nos pássaros e nas bússolas. Fonte: Jornal da Ciência | |
sexta-feira, 30 de abril de 2010
A dança do magnetismo terrestre, artigo de Marcelo Gleiser
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Curiosidades,
Física
CURIOSIDADES sobre o número Pi
    Apresentamos agora algumas curiosidades acerca do número π, para ver mais acerca de cada uma, carregar 
primeira vez no 523551502º dígito.  
              É claro que 144 é igual a (6+6)x(6+6).
tem:
            * 99959 zeros
            * 99758 uns
            * 100229 três
            * 100230 quatros
            * 100359 cincos
            * 99548 seis
            * 99800 setes
             * 99985 oitos
            * 100106 noves
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Curiosidades
A música no Oriente Médio
Antes do advento do Islamismo, a música era dominada pelas mulheres, tanto que um homem no meio poderia ser considerado efeminado. Juntamente com a segregação dos haréns, músicos homens emergiram nos palcos, imitando as mulheres, usando roupas femininas e henna nas mãos. Estes ficaram conhecidos como Mukhannath (efeminados) e o mais conhecido deles “o pequeno pavão” ganhou o título de “pai da canção”, e ainda assim foi expulso da cidade de Medina por causa de sua profissão. Mais tarde, durante a ascensão do califado, os músicos tiveram lugar garantido nas cortes desde a Pérsia até a Espanha.
Mesmo assim, o Islã tinha uma posição curiosa sobre a música, pois aceitava somente aquelas de caráter devocional e condenava os estímulos das músicas que não eram ligadas à religião. Apesar de não constar nada no Alcorão que condene música e dança, logo após a morte de Mohammad, os califas publicaram a seguinte nota atribuindo ao profeta:
"Música diminui a modéstia, aumenta a luxúria e solapa a virilidade. É como vinho e faz o que as bebidas fortes fazem. Se você precisa da música, no mínimo mantenha sua mulher longe dela.”
Eles acreditavam que a música relembrava sentimentos e emoções, influenciava os batimentos cardíacos e seu poder encorajava as pessoas a perderem o controle e praticarem coisas inaceitáveis, o que causou seu banimento em países de fundamentalismo religioso.
No ano de 750 aproximadamente, os Umayyads instituíram a música como entretenimento em parte da vida da corteem Damasco. Foram  muito criticados por serem patronos das artes, especialmente da música, considerada rival do Alcorão. Foram expulsos de Damasco e foram para a região da Andaluzia, na Espanha. Com isto, levaram a tradicional música árabe para Espanha, onde mais tarde foi modificada pelas influências gregas e tornou-se a música árabe Andaluz, que estabeleceu suas raízes no Norte da África.
Seus sucessores, os “abbasids” continuaram a desenvolver a música, porém discretamente e dentro das cortes. Desde então, a música árabe como entretenimento veio ganhando maior aceitação, mesmo nos países mais religiosos.
Na dança árabe, é tarefa da bailarina expressar as emoções solicitadas pela música e durante as improvisações, destacar as qualidades do instrumento que sola, pois a dança árabe é determinada pelo acompanhamento musical.
Ao contrário da música ocidental, ela não desenvolveu o uso da harmonia. A razão básica é que a harmonia depende de um sistema tonal fixo (um espaço invariável entre notas). Toda a escala musical árabe tem certas posições fixas (tons e meio tons) como na música ocidental, mas entre elas existem notas sem lugar fixo e que caem em posições diferentes numa escala cada vez que são tocadas.
As únicas composições que podem incluir harmonia simples são aquelas baseadas em escala ocidental, como é o caso das gravações orquestradas modernas.
Para examinar a música de todos os países árabes, levaria muito tempo e daria o tamanho de um livro, pois a música oriental inclui muitas tradições desde o Iraque até o Egito. Notas, ritmos, instrumentos e estilos de canto variam de país para país; ainda assim, toda a música árabe compartilha de certas semelhanças, como por exemplo a fortíssima qualidade na improvisação e por ser, na sua essência, altamente melódica.
É difícil fazer a distinção entre música clássica e popular e/ou folclórica. A grosso modo, a música clássica é um refinamento da música folclórica ou popular. A música menos sofisticada, ou folclórica, é aquela que acompanha danças tradicionais e de roda, quando pessoas se reúnem informalmente, produzindo sons de palmas e usando instrumentos de percussão como o daff e o tabel.
Hoje, mesmo nos países muçulmanos mais rígidos, a música e a dança ocupa tradicionalmente um lugar especial na vida dos árabes. Os pequenos conjuntos de 05 ou 06 músicos deram lugar a verdadeiras orquestras, com instrumentos como órgão elétrico, metais e até mesmo guitarra. Uma música que, no passado, era principalmente improvisada, torna-se hoje mais estruturada.
Apesar desta estruturação, para apreciar a música árabe é preciso abandonar a expectativa ocidental de que ela será cheia de mudanças óbvias, pois este é o efeito hipnótico desta música: mudanças e variações inesperadas e muitas vezes sutis, que quanto mais ouvimos, mais ficamos surpresos e prontos para discernir suas sutilezas e nuances.
 
Um breve histórico da música árabe
Temos pouquíssimas fontes históricas sobre a música árabe. Segue abaixo um suposto histórico, resultantes de algumas tentativas de documentação sobre o assunto:
Final do século XIX (Egito):
- A invasão de Napoleão introduziu a notação ocidental para a música árabe que, até então, era quase que totalmente baseada na tradição local.
Início do século XX (Egito):
- Desenvolveu-se o clássico "Tarab" Egípcio, com a formação de uma orquestra clássica egípcia e com o domínio de uma voz. Junto a este crescimento, nasceram alguns famosos músicos e cantores, como Om Kalthoum, AbdeI Wahab, etc.
Metade do século XX (Líbano):
-Crescem e tornam-se famosos, trabalhando em grupos, os irmãos Rahbani e Fairuz. Esse grupo nasceu do boom cultural de Beirute, com os poetas e músicos trabalhando juntos para criar uma nova música com alma própria e diferente do Tarab egípcio. Esta criação manifestou-se em formas de operetas (shows musicais), concertos e recitais. Os Rahbani, com certeza, deixaram sua marca na música libanesa.
Presença da Música Litúrgica:
- É um tipo de música específica que acompanha os versos e as preces do Alcorão ( a “bíblia” muçulmana). Não pode, em hipótese alguma, ser usada para dança e seu uso é exclusivo para fins espirituais.
Mesmo assim, o Islã tinha uma posição curiosa sobre a música, pois aceitava somente aquelas de caráter devocional e condenava os estímulos das músicas que não eram ligadas à religião. Apesar de não constar nada no Alcorão que condene música e dança, logo após a morte de Mohammad, os califas publicaram a seguinte nota atribuindo ao profeta:
"Música diminui a modéstia, aumenta a luxúria e solapa a virilidade. É como vinho e faz o que as bebidas fortes fazem. Se você precisa da música, no mínimo mantenha sua mulher longe dela.”
Eles acreditavam que a música relembrava sentimentos e emoções, influenciava os batimentos cardíacos e seu poder encorajava as pessoas a perderem o controle e praticarem coisas inaceitáveis, o que causou seu banimento em países de fundamentalismo religioso.
No ano de 750 aproximadamente, os Umayyads instituíram a música como entretenimento em parte da vida da corte
Seus sucessores, os “abbasids” continuaram a desenvolver a música, porém discretamente e dentro das cortes. Desde então, a música árabe como entretenimento veio ganhando maior aceitação, mesmo nos países mais religiosos.
Na dança árabe, é tarefa da bailarina expressar as emoções solicitadas pela música e durante as improvisações, destacar as qualidades do instrumento que sola, pois a dança árabe é determinada pelo acompanhamento musical.
Ao contrário da música ocidental, ela não desenvolveu o uso da harmonia. A razão básica é que a harmonia depende de um sistema tonal fixo (um espaço invariável entre notas). Toda a escala musical árabe tem certas posições fixas (tons e meio tons) como na música ocidental, mas entre elas existem notas sem lugar fixo e que caem em posições diferentes numa escala cada vez que são tocadas.
As únicas composições que podem incluir harmonia simples são aquelas baseadas em escala ocidental, como é o caso das gravações orquestradas modernas.
Para examinar a música de todos os países árabes, levaria muito tempo e daria o tamanho de um livro, pois a música oriental inclui muitas tradições desde o Iraque até o Egito. Notas, ritmos, instrumentos e estilos de canto variam de país para país; ainda assim, toda a música árabe compartilha de certas semelhanças, como por exemplo a fortíssima qualidade na improvisação e por ser, na sua essência, altamente melódica.
É difícil fazer a distinção entre música clássica e popular e/ou folclórica. A grosso modo, a música clássica é um refinamento da música folclórica ou popular. A música menos sofisticada, ou folclórica, é aquela que acompanha danças tradicionais e de roda, quando pessoas se reúnem informalmente, produzindo sons de palmas e usando instrumentos de percussão como o daff e o tabel.
Hoje, mesmo nos países muçulmanos mais rígidos, a música e a dança ocupa tradicionalmente um lugar especial na vida dos árabes. Os pequenos conjuntos de 05 ou 06 músicos deram lugar a verdadeiras orquestras, com instrumentos como órgão elétrico, metais e até mesmo guitarra. Uma música que, no passado, era principalmente improvisada, torna-se hoje mais estruturada.
Apesar desta estruturação, para apreciar a música árabe é preciso abandonar a expectativa ocidental de que ela será cheia de mudanças óbvias, pois este é o efeito hipnótico desta música: mudanças e variações inesperadas e muitas vezes sutis, que quanto mais ouvimos, mais ficamos surpresos e prontos para discernir suas sutilezas e nuances.
Um breve histórico da música árabe
Temos pouquíssimas fontes históricas sobre a música árabe. Segue abaixo um suposto histórico, resultantes de algumas tentativas de documentação sobre o assunto:
Final do século XIX (Egito):
- A invasão de Napoleão introduziu a notação ocidental para a música árabe que, até então, era quase que totalmente baseada na tradição local.
Início do século XX (Egito):
- Desenvolveu-se o clássico "Tarab" Egípcio, com a formação de uma orquestra clássica egípcia e com o domínio de uma voz. Junto a este crescimento, nasceram alguns famosos músicos e cantores, como Om Kalthoum, AbdeI Wahab, etc.
Metade do século XX (Líbano):
-Crescem e tornam-se famosos, trabalhando em grupos, os irmãos Rahbani e Fairuz. Esse grupo nasceu do boom cultural de Beirute, com os poetas e músicos trabalhando juntos para criar uma nova música com alma própria e diferente do Tarab egípcio. Esta criação manifestou-se em formas de operetas (shows musicais), concertos e recitais. Os Rahbani, com certeza, deixaram sua marca na música libanesa.
Presença da Música Litúrgica:
- É um tipo de música específica que acompanha os versos e as preces do Alcorão ( a “bíblia” muçulmana). Não pode, em hipótese alguma, ser usada para dança e seu uso é exclusivo para fins espirituais.
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Artigos sobre música
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Os 20 anos do Hubble
Em menos  de uma década após seu lançamento, o telescópio espacial Hubble já havia  revolucionado nosso conhecimento do Universo. Do tamanho de um  micro-ônibus, ele está girando em torno da Terra a 575 quilômetros de  altitude, há exatamente 20 anos - pois entrou em órbita no dia 25 de  abril de 1990.
Seu nome  foi dado em homenagem ao astrônomo norte-americano Edwin Hubble, que  descobriu outras galáxias além da Via Láctea em 1924. A cada 97 minutos,  ele completa uma volta em torno da Terra. Fruto das mais avançadas  tecnologias digitais, ele permitiu até hoje a observação de mais de 30  mil corpos celestes e forneceu mais de 500 mil imagens e fotos digitais  do Universo.
De 1990 a  2009, a Nasa enviou cinco missões tripuladas dos ônibus espaciais ao  Hubble, para executar as tarefas de manutenção, atualização e reparos, o  que permitiu o rejuvenescimento tecnológico do telescópio, com a  substituição de suas lentes, a instalação de câmeras fotográficas,  computador de bordo ultra-avançado e sistemas de armazenamento  eletrônico.
O  telescópio só deverá se aposentar em 2013. Até lá, o Hubble continuará  enviando diariamente algumas centenas de fotos de alta resolução do  Sistema Solar ou de galáxias mais distantes do espaço cósmico, captando  imagens insuperáveis com as lentes de sua super câmera digital.
Balanço
Ao longo  dos anos 90, o Hubble tornou-se a grande porta de acesso da ciência ao  Universo, seja registrando o nascimento e a morte de estrelas, seja  proporcionando uma visão profunda de um conjunto de pelo menos 1,5 mil  galáxias, em vários estágios de evolução. Apenas no primeiro ano de suas  atividades, o telescópio forneceu mais informações sobre o Sistema  Solar do que tudo que se sabia até o dia de seu lançamento, em 1990. E  daqui para frente a contribuição do Hubble será ainda maior.
Segundo  comprovou o telescópio espacial, todas as galáxias têm um buraco negro  no centro. Decorre daí uma questão semelhante ao paradoxo do ovo e da  galinha, sintetizado na pergunta: "Quem veio primeiro: o buraco negro ou  a galáxia?"
Um buraco  negro devora gigantescas quantidades de matéria. A força gravitacional  que gera é tão grande que nada escapa à sua atração. Até a luz que passa  nas suas vizinhanças é capturada e engolida. Até há poucas décadas, a  existência dos buracos negros era mera conjectura. Hoje está confirmada  cientificamente.
Ao longo  de seus 20 anos, o telescópio espacial Hubble foi totalmente renovado  por cinco missões de atualização e reparos, por especialistas da Nasa,  enviados ao espaço a bordo dos ônibus espaciais. As primeiras quatro  missões foram realizadas em 1993, 1997, 1999 e 2002.
Na quarta  missão de reparos e atualização, uma equipe de astronautas do ônibus  espacial Columbia instalou novos painéis solares, unidades de controle  de energia e uma câmera digital avançada. Os astronautas da Nasa James  Newman e Michael Massimino trabalharam em pleno espaço para instalar a  nova câmera destinada à exploração do universo.
Supercâmera
Conhecida  pelo nome de Advanced Camera for Survey (ACS) - e projetada para  fornecer novas indicações sobre a origem, evolução e o destino do  universo -, essa supercâmera fotográfica custou a soma impressionante de  US$ 76 milhões. Ela tem o tamanho de uma geladeira doméstica, pesa 383  quilos e utiliza três canais espectrais especializados de visão. É dez  vezes mais poderosa que sua antecessora e sua maior vantagem prática é  focalizar com muito maior nitidez objetos distantes do universo.
Segundo o  astrônomo Holland Ford, da Universidade John Hopkins, que chefiou a  equipe que construiu os novos instrumentos, com a nova câmera ACS, o  Hubble detectou mais estrelas e galáxias nos seus primeiros 18 meses de  funcionamento do que tudo que havia descoberto até aqui.
Em sua  opinião, quanto mais informações científicas acumular, melhor para os  pesquisadores: "Estrelas e galáxias no arquivo de dados são para os  astrônomos como dinheiro no banco" - diz o astrônomo Holland Ford, da  Universidade John Hopkins, chefe da equipe que construiu os novos  equipamentos.
James  Webb
O  telescópio espacial que vai suceder ao Hubble será um telescópio  ultravioleta que deverá girar a uma distância de 1,5 milhão de  quilômetros da Terra e permitirá observações astronômicas sem  interferências da atmosfera. O equipamento deverá ser o sucessor do  Hubble a partir de 2013.
Batizado  de James Webb, o sucessor do Hubble terá como principal objetivo buscar  as primeiras galáxias e objetos luminosos formados depois do Big Bang e  determinar como as galáxias evoluíram de sua formação até agora.
A Agência  Espacial Europeia (ESA) terá uma participação de 15% no projeto, o  mesmo porcentual que tinha no Hubble. O custo do equipamento foi  estimado em US$ 3,5 bilhões. O telescópio será colocado em órbita pelo  foguete europeu Arianne-5 ECA, com capacidade para transportar mais de  dez toneladas de carga.
O James  Webb terá uma lente primária de 6,5 metros de diâmetro, contra os 2,4  metros do Hubble. O nome do novo telescópio foi escolhido em homenagem a  James Edwin Webb, que foi administrador da Nasa entre 1961 e 1968, e  responsável pelo programa Apollo que levaria o homem à Lua em 1969.
Fonte: Jornal da Ciência 
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Notícias
terça-feira, 20 de abril de 2010
Objeto cósmico misterioso parece viajar quatro vezes mais rápido que a luz
  Galáxia M82, onde o estranho objeto cósmico surgiu, localizada a 10  milhões de anos-luz da Terra, é uma região conhecida como "berço de  estrelas", onde novos sóis formam-se em um ritmo espetacular. Mas onde  eles também morrem muito rapidamente.[Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Astrônomos da Universidade de Manchester, na Inglaterra, descobriram  um novo objeto cósmico que não se parece com nada conhecido até hoje.
De início, quando o corpo celeste surgiu muito repentinamente nos  radiotelescópios, em comprimentos de onda na faixa das radiofrequências,  os astrônomos pensaram tratar-se de uma supernova.
Mas supernovas perdem o brilho rapidamente, e o novo objeto continua  brilhando meses depois de ter sido detectado. "O novo objeto, que surgiu  em Maio de 2009, nos deixou coçando a cabeça - nunca vimos nada assim  antes", disse o Dr. Tom Muxlow, da Universidade de Glasgow
Supernovas jovens
A galáxia M82, onde o estranho objeto surgiu, localizada a 10 milhões  de anos-luz da Terra, é uma região conhecida como "berço  de estrelas", onde novos sóis formam-se em um ritmo espetacular.
Mas muitas dessas estrelas jovens costumam morrer rapidamente, a uma  taxa muito elevada, com as gigantescas explosões das supernovas sendo  registradas uma vez a cada 20 ou 30 anos.
"O objeto brilhou muito rapidamente, num intervalo de poucos dias, e  não mostra nenhum sinal de queda nesse brilho ao longo dos primeiros  meses de sua existência. As explosões das jovens supernovas que  estávamos esperando ver na M82 brilham em comprimentos de onda de rádio  durante várias semanas e, em seguida, vão decaindo ao longo dos meses  seguintes." explica o astrônomo.
Velocidade superluminar
Mas a possibilidade de que o novo objeto cósmico fosse uma supernova  foi mesmo descartada quando os astrônomos fizeram um acompanhamento  preciso de sua posição.
Usando a rede Merlin de radiotelescópios, os cientistas detectaram um  movimento aparente do objeto, ao longo de 50 dias, equivalente a mais  de quatro vezes a velocidade da luz.
Essas velocidades superluminais não são observadas em remanescentes  de supernovas e geralmente só são encontradas em jatos relativísticos  ejetados a partir de discos de acreção em torno de buracos negros muito  grandes.
O núcleo da M82, assim como o núcleo da maioria das grandes galáxias,  deve conter um buraco negro super maciço. O novo corpo celeste está  próximo dele, mas a vários arcossegundos de distância do centro dinâmico  da M82 - suficientemente longe para tornar improvável que esse objeto  esteja associado com o buraco negro desta galáxia
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Ilusão de óptica cósmica
Mas, ainda que não se saiba exatamente no que consiste o novo corpo  celeste, é pouco provável que o objeto esteja de fato viajando em  velocidades superluminar - é por isso que os astrônomos falam em  velocidade aparente.
A explicação mais plausível para o fenômeno é que os feixes de  radiação estejam viajando em nossa direção em um ângulo muito pequeno, a  uma velocidade que é apenas uma fração da velocidade da luz. Os efeitos  da relatividade produziriam um tipo de ilusão de óptica que faz com que  o objeto pareça estar viajando a uma velocidade superluminar.
Micro-quasar
Até que novas observações permitam uma melhor análise do objeto, os  astrônomos estão chamando-o de microquasar.
Sistemas parecidos têm sido encontrados no interior da Via Láctea na  forma de feixes binários de raios X com jatos relativísticos ejetados  por um disco de acreção ao redor de uma estrela colapsada, abastecida  com material arrancado de uma companheira binária.
No entanto, este objeto é mais brilhante do que qualquer uma dessas  fontes já encontrada em nossa galáxia e já está durando meses a mais do  que qualquer outro sistema binário de raios X conhecido.
Além de estar situado em uma posição na M82 onde nenhuma fonte  variável de raios X foi detectada até agora.
Fonte: Inovação Tecnológica
Fonte: Inovação Tecnológica
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Artigos científicos
sábado, 17 de abril de 2010
Como funciona a bomba atômica?
As bombas nucleares, são as armas de guerra mais letais já inventadas pelo homem. Mesmo sendo elas tão comentadas, muitas pessoas não sabem como funcionam: Abaixo segue um texto da revista Super-Interesssante, escrito po Alexandre Versignassi sobre o assunto:
Como funciona a bomba atômica?
1. Depende. É que existem dois tipos: a bomba atômica convencional, que nem as que destruíram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945, e a apocalíptica bomba de hidrogênio, até 6 mil vezes mais poderosa que a outra – e que você vê aqui ao lado. Então vamos por partes. Na convencional, uma carga de dinamite faz com que átomos de urânio ou de plutônio a, relativamente fáceis de "quebrar", se rompam – por causa disso, o nome dela é bomba de fissão. Mas quebrar um núcleo atômico não é igual a quebrar uma pedra. É que o peso somado dos cacos fica menor que o do átomo original. Depois da quebra, parte da matéria que o formava se transforma em energia pura b.
2. Olhando no zoom lá em cima, não parece grande coisa. Mas o fato é que qualquer grão de matéria contém uma quantidade absurda de energia. Tanto que bastou um montinho de urânio do tamanho de uma bola de tênis para a que a bomba de Hiroshima produzisse uma força equivalente à de 15 mil toneladas de dinamite (ou 15 quilotons) e levantasse um cogumelo atômico de 8 km. Hoje, a potência das bombas de fissão está na faixa dos 500 quilotons. Achou muito? Então você ainda não viu nada.
3. Em 1949, a União Soviética testou sua primeira bomba atômica. Os EUA, então, responderam com fogo. Muito fogo: a bomba de hidrogênio. Ela funciona de um jeito oposto ao da bomba de fissão: em vez de quebrar átomos, os gruda uns nos outros. É um jeito mais eficiente de arrancar energia a partir de matéria – tanto que esse é o método usado pelo próprio Sol para gerar calor. Bom, para começar, a espoleta c dela é uma bomba de fissão. Ela serve para que a temperatura lá dentro da ogiva fique equivalente à do interior do Sol (uns 15 000 000 oC).
4. O combustível da bomba é o mesmo do Sol: átomos parentes hidrogênio (que têm só um próton). Eles embarcam na bomba "impressos" num cilindro de metal d. Quando você coloca esses átomos sob temperatura e pressão infernais, eles tendem a se juntar e. A fusão forma um átomo de hélio f e um nêutron g. De novo, a soma do peso do que sobra é menor que o dos átomos originais. E essa diferença vira energia. Só que desta vez é muito mais: a primeira bomba de hidrogênio, de 1952, tinha 20 mil quilotons (ou 20 megatons) e gerou um cogumelo de 41 quilômetros de altura. Se fosse jogada em São Paulo, mataria pelo menos 2 milhões de pessoas. E olha que as maiores bombas da história chegam a 100 megatons.
Como funciona a bomba atômica?
1. Depende. É que existem dois tipos: a bomba atômica convencional, que nem as que destruíram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945, e a apocalíptica bomba de hidrogênio, até 6 mil vezes mais poderosa que a outra – e que você vê aqui ao lado. Então vamos por partes. Na convencional, uma carga de dinamite faz com que átomos de urânio ou de plutônio a, relativamente fáceis de "quebrar", se rompam – por causa disso, o nome dela é bomba de fissão. Mas quebrar um núcleo atômico não é igual a quebrar uma pedra. É que o peso somado dos cacos fica menor que o do átomo original. Depois da quebra, parte da matéria que o formava se transforma em energia pura b.
2. Olhando no zoom lá em cima, não parece grande coisa. Mas o fato é que qualquer grão de matéria contém uma quantidade absurda de energia. Tanto que bastou um montinho de urânio do tamanho de uma bola de tênis para a que a bomba de Hiroshima produzisse uma força equivalente à de 15 mil toneladas de dinamite (ou 15 quilotons) e levantasse um cogumelo atômico de 8 km. Hoje, a potência das bombas de fissão está na faixa dos 500 quilotons. Achou muito? Então você ainda não viu nada.
3. Em 1949, a União Soviética testou sua primeira bomba atômica. Os EUA, então, responderam com fogo. Muito fogo: a bomba de hidrogênio. Ela funciona de um jeito oposto ao da bomba de fissão: em vez de quebrar átomos, os gruda uns nos outros. É um jeito mais eficiente de arrancar energia a partir de matéria – tanto que esse é o método usado pelo próprio Sol para gerar calor. Bom, para começar, a espoleta c dela é uma bomba de fissão. Ela serve para que a temperatura lá dentro da ogiva fique equivalente à do interior do Sol (uns 15 000 000 oC).
4. O combustível da bomba é o mesmo do Sol: átomos parentes hidrogênio (que têm só um próton). Eles embarcam na bomba "impressos" num cilindro de metal d. Quando você coloca esses átomos sob temperatura e pressão infernais, eles tendem a se juntar e. A fusão forma um átomo de hélio f e um nêutron g. De novo, a soma do peso do que sobra é menor que o dos átomos originais. E essa diferença vira energia. Só que desta vez é muito mais: a primeira bomba de hidrogênio, de 1952, tinha 20 mil quilotons (ou 20 megatons) e gerou um cogumelo de 41 quilômetros de altura. Se fosse jogada em São Paulo, mataria pelo menos 2 milhões de pessoas. E olha que as maiores bombas da história chegam a 100 megatons.
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Curiosidades
Como a internet Mudou a vida de Stephen Hawking
Sam Blackburn desenvolveu os equipamentos que permitem a comunicação de Hawking com o mundo: o supercomputador e o sintetizador da fala - duas máquinas que ajudaram a trazer as ideias inovadoras do teórico para a comunidade científica, apesar de ele ser quase totalmente paralítico.
Antes da criação desses equipamentos, Hawking usava sensores infravermelhos que identificavam suas palavras, mas o aparato era pesado e necessitava de configuração constante já que era sensível a mudanças de iluminação em um ambiente.
Foi Blackburn que encontrou a resposta para facilitar a comunicação do físico ao construir um sintetizador mais estável. 
No mesmo ano, Blackburn se envolveu na organização do voo de Hawking em gravidade zero, assim como em aventuras ao redor do mundo a locais normalmente inacessíveis a pessoas com limitações físicas, como a ilha de Páscoa.
Leia trechos da entrevista.
BBC - O quão importante é a internet para Stephen Hawking?
Sam Blackburn - Um de meus antecessores, um homem chamado Tom Kendle, me disse que Stephen Hawking usava internet sem fio há muito tempo. Kendle era assistente de Hawking em 1992. Na época, telefones celulares eram relativamente raros, e usar a internet em um celular era algo desconhecido.
Na verdade, as companhias de celular, até onde sei, diziam que isso não poderia ser feito. Hawking tinha uma caixa que permitia a ele fazer ligações com tecnologia sem fio. A tacada de mestre foi, na verdade, conectar (a caixa) a um modem, em vez de a uma máquina de fax, o que permitia que ele fizesse um telefonema.
Ele estava no Chile à época, em uma viagem, então foi uma ligação internacional feita de um avião, se não me engano. Eles não tinham regras sobre uso de telefones celulares em aviões naquela época, porque pouquíssimas pessoas tinham celular.
Ele podia checar seu email, o que era pouco comum à época. Ele pode ter sido na verdade a primeira pessoa a fazê-lo.
BBC - A internet beneficiou a vida de Hawking?
Blackburn - A internet trouxe enormes benefícios à vida de Hawking, porque permitiu que ele se tornasse um integrante normal da comunidade científica. Cientistas se comunicam usando email: distribuindo artigos, correspondência acadêmica. É o que se espera que eles façam.
Embora a velocidade da fala de Hawking seja extremamente baixa, a velocidade com que ele escreve emails não é tão baixa. Quase sempre, quando eu perguntava algo a Hawking cara a cara, a comunicação era mais rápida se ele respondesse por email.
Hawking não diz coisas espontaneamente, porque ele pode demorar cinco minutos para escrever uma frase, e não é possível escrever espontaneamente tão devagar. Tudo é cuidadosamente pensado. Na verdade, acho que isso é parte da razão pela qual ele tem a reputação de quase sempre estar certo. Ele não diz algo em que não acredita ou que não queira realmente dizer.
BBC - O que o irrita?
Blackburn - Tem muita coisa que ele não gosta e que você acaba fazendo. A mais óbvia é completar suas frases. Se ele está tentando dizer algo e está demorando demais, a vontade de adivinhar o que ele vai dizer é enorme. Algumas vezes você acerta e economiza cinco minutos, e algumas vezes você erra e ele fica extremamente irritado.
BBC - Você desenvolveu uma técnica de perguntas com respostas sim/não para falar com ele?
Blackburn - Você descobre maneiras de diminuir uma pergunta. Geralmente quando Hawking quer atenção, quem está cuidando dele o pergunta uma série de perguntas de resposta sim/não. Algumas vezes são coisas relativas ao uso de senso comum; se for algo difícil de adivinhar, pode demorar mais tempo.
BBC - Você se tornou mais intuitivo ao tentar adivinhar o que ele quer?
Blackburn - É apenas uma habilidade, a de saber categorizar as coisas. Você não precisa trabalhar para Hawking para aprender isso. Se você brincar de "animal, vegetal, mineral" com seus amigos, vai conseguir adivinhar tão facilmente quanto. Mas é uma forma muito interessante de tentar se comunicar.
BBC - De volta à internet. É difícil (para ele) manter o controle, não?
Blackburn - Ele tem uma conta de email que só ele monitora. Ele pode ficar num canto, quieto, mandando um email, e apenas o remetente vai saber o que está lá. É muito importante que ele tenha privacidade, porque, fisicamente, há sempre alguém do lado dele, há sempre alguém no mesmo cômodo que ele.
Eu já vi Hawking fazendo compras online. Obviamente, isso não é tão privado, porque ele levaria um tempo imenso para digitar o número de seu cartão de crédito. Então, sim, ele usa a internet. Eu não diria que ele usa muito mais do que o resto de nós, o fato é que ele a usa de forma mais memorável. E o jeito com que ele usa é muito diferente.
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Curiosidades
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Cérebro divide tarefas entre suas metades
Experimento  francês mostrou alternância perfeita entre hemisférios, surpreendendo os  pesquisadores
Um experimento francês mostrou que, quando uma  pessoa executa duas tarefas ao mesmo tempo, o cérebro divide o trabalho:  a metade direita cuida de uma delas e, a esquerda, de outra. A  descoberta parece banal, mas gerou surpresa: o cérebro não costuma  repartir coisas de modo simples.
O  trabalho, realizado no Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, em  Paris, foi conduzido pelos neurocientistas Sylvain Charron e Etienne  Koechlin, com 32 voluntários. Todos tiveram seus cérebros monitorados  por uma máquina especial de ressonância magnética enquanto realizavam  tarefas passadas pelos cientistas.
O teste  começava com as pessoas tendo de montar um quebra-cabeça de letras que  vinham embaralhadas. Cada vez que obtinham sucesso, eram recompensados  com uma pontuação. Enquanto voluntários se ocupavam do jogo, a  ressonância mostrava que uma parte específica de seus cérebros -o córtex  medial frontal, na superfície do órgão, junto à testa- estava ativo em  suas duas metades, direita e esquerda, ambas focadas na mesma tarefa.
Isso já  era esperado, pois essa área é recrutada pelo circuito cerebral que  modula a motivação para perseguir objetivos de acordo com a recompensa.
Quando os  voluntários passaram a ter de fazer duas tarefas ao mesmo tempo, porém,  o perfil de ativação cerebral mudava. No experimento, isso foi  demonstrado com as pessoas tendo de resolver dois quebra-cabeças  distintos, um deles em letras maiúsculas e outro em letras minúsculas. A  recompensa para cada um era diferente, mas ambos vinham embaralhados  nas mesmas palavras, obrigando os voluntários a resolvê-los no mesmo  pacote.
Em espera
Nessa  situação, a parte direita do córtex medial frontal se encarregava da  tarefa que estava sendo resolvida no momento, enquanto a parte esquerda  mantinha a outra "em espera". Quando os voluntários passavam à tarefa  secundária, ela trocava de lugar no cérebro.
"Esperávamos  ver uma repartição de objetivos, mas foi uma surpresa essa divisão  ocorrer de modo tão nítido", disse Koechlin à Folha. O resultado é  descrito hoje na revista especializada "Science".
Os  neurocientistas sabem que os dois hemisférios do cérebro não funcionam  paralelamente. É comum ouvir na cultura popular que o lado esquerdo é  "racional", enquanto o direito é "intuitivo".
Desequilíbrio
É uma  simplificação, mas o desequilíbrio existe. Regiões cerebrais essenciais  para o funcionamento da linguagem, como a área de Broca, só existem do  lado esquerdo. Não era de esperar, portanto, que em uma tarefa como o  jogo de palavras usado o trabalho fosse simplesmente repartido meio a  meio.
"Tarefas  com letras normalmente envolvem predominantemente o hemisfério  esquerdo", conta Koechlin. "Então, é notável termos descoberto que o  lobo frontal direito dirige a tarefa em andamento durante a condição de  dupla tarefa. Isso mostra que a divisão encontrada provavelmente não  está relacionada a material verbal."
Segundo  os pesquisadores, a raiz dessa estruturação no cérebro está na própria  maneira de raciocinar. O experimento, dizem, sugere uma explicação sobre  por que as pessoas gostam de resolver problemas complexos quebrando-os  em decisões binárias, quando, em cada etapa, é preciso escolher uma  entre duas opções.
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Artigos científicos
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Lua que seria um planeta
Titã, o maior satélite natural de Saturno, não deveria ser chamado de lua. Tem uma atmosfera mais espessa que a da Terra e superfície acidentada
por Ralph Lorenz e Christophe Sotin
Se não soubéssemos que as imagens vieram de Titã, poderíamos pensar que fossem de Marte ou mesmo da Terra. Algumas pessoas na sala de controle viram a costa da Califórnia, outras, a Riviera Francesa, e uma dela disse que a maior lua de Saturno parecia seu quintal em Tucson. Por três semanas, a sonda Huygens ficou à deriva, dormente, após se desprender da espaçonave Cassini e ser mandada a caminho de Titã. Assistindo às cenas ansiosamente, sentimos profunda conexão com a sonda. Não apenas havíamos trabalhado na missão durante grande parte de nossa carreira, mas desenvolvemos seus sistemas e instrumentação, pondo nossa mente em seu lugar para imaginar como ela funcionaria em um mundo alienígena e desconhecido. Imaginávamos que Titã fosse parecida com as outras grandes luas do Sistema Solar exterior, como Calisto, cheia de crateras, ou como Ganimedes, repleta de ranhuras.
E assim, em 14 de janeiro de 2005, no Centro Europeu de Operações Espaciais, em Darmstadt, Alemanha, as imagens causaram tanto júbilo quanto estranheza. Nenhum de nós esperava que a paisagem fosse tão parecida com a da Terra. Conforme a Huygens descia, as imagens aéreas mostravam canais afluentes de rios cortados por córregos pluviais. Ela pousou no solo úmido de uma recente enchente, decorado com pequenas pedras arredondadas. O que era estranho sobre Titã: sua misteriosa familiaridade.
Agora, cinco anos depois, tivemos tempo para digerir as descobertas da sonda e colocá-las no grande quadro que a Cassini gradualmente nos forneceu, tendo passado mais de 60 vezes por Titã em sua órbita fechada em torno de Saturno. Em tamanho (maior que Mercúrio), dinamismo (mais ativa que Marte) e atmosfera (mais espessa que a da Terra), Titã é um planeta com outro nome. Uma grande variedade de processos geológicos molda sua superfície. O metano desempenha o papel da água na Terra. Ele evapora dos lagos, forma nuvens, precipita como chuva, esculpe vales e flui novamente para os lagos. Se a atmosfera tivesse um pouco de oxigênio e a temperatura não fosse -180oC, você se sentiria em casa em Titã.
Leia o artigo completo: Scientific American 
Todos os direitos reservados a Scientific American Brasil.
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Notícias
Brasil compra novo supercomputador para prever o clima
| Máquina de R$ 31,3 milhões que será instalada no  Inpe é a 16ª mais rápida do mundo e refinará também meteorologia Um dos 20 computadores mais rápidos do mundo acaba de ser adquirido pelo Brasil. A partir do fim do ano, a máquina de R$ 31,3 milhões começa a rodar no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em São José dos Campos, adiantou à Folha o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende. O supercomputador, que receberá um nome em tupi, seguindo a tradição do Inpe, deve melhorar significativamente a previsão do tempo em um país onde meteorologia é cada vez mais uma questão de vida ou morte -vide a tragédia da última semana no Rio de Janeiro. Mas também colocará o Brasil no seleto grupo de nações capazes de prever não apenas o tempo, com dois ou três dias de antecedência, mas também o clima, ao longo do século. Uma de suas funções primordiais será rodar modelos de circulação global como os usados pelo IPCC (o painel do clima das Nações Unidas), para avaliar as mudanças climáticas. O sistema foi comprado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) da empresa Cray. Seu desempenho máximo é de 244 teraflops, ou trilhões de operações por segundo (medida padrão dessas máquinas). Só EUA, Rússia, China e Alemanha têm máquinas mais rápidas hoje. "É muito flop!", brinca Rezende. Só o sistema de refrigeração da máquina custou R$ 2,9 milhões. Para alimentá-la, o Inpe precisará construir uma nova central elétrica, de 1.000 quilowatts. Hoje só há 280 quilowatts disponíveis no instituto. O coordenador da Rede Nacional de Mudanças Climáticas, Carlos Nobre, compara: "Quando o Inpe recebeu seu último supercomputador, estávamos entre os 25 mais rápidos do mundo em aplicações de mudanças climáticas. Agora, estamos entre os três ou quatro mais rápidos nessa área." Com essa capacidade, estima Nobre, o Brasil poderá em dois anos e meio produzir seu primeiro modelo de circulação global. Atualmente, o IPCC baseia seus cenários em menos de 15 modelos desses -todos feitos em países desenvolvidos. "Nosso interesse é um modelo que olhe melhor para a Amazônia e para o Atlântico Sul", diz o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz. Isso poderá, por exemplo, ajudar a determinar se eventos extremos como a chuva do Rio neste mês ficarão mais frequentes no decorrer do século, à medida que o aquecimento global afete mais a floresta e o oceano -duas das chaves mestras do clima no Brasil. Hoje, o principal obstáculo ao desenvolvimento desses modelos é capacidade computacional. O computador também deve ajudar a solucionar um dos gargalos da previsão do tempo no país: a resolução dos modelos. Com o supercomputador que o Inpe tem hoje, é possível fazer previsões com dois a três dias de antecedência, de hora em hora, para áreas de 40 km por 40 km. Isso permite previsões razoáveis -o Inpe alertou, que cairia uma chuva de 70 milímetros no Rio, algo extremo para o mês de abril-, mas "míopes": não dá para saber, por exemplo, se em Niterói vai cair dez vezes mais água do que em uma área a 20 km dali. Para fazer previsões mais apuradas, em áreas de 5 km por 5 km, o Inpe hoje gasta dois dias rodando o modelo no computador. "Você não prevê tão bem o desastre de verdade", diz Haroldo Velho, pesquisador do instituto. "Agora, vamos conseguir gerar 5 km em uma hora." Nem só ciência Rezende comemora a turbinada computacional, mas lembra que só isso não vai salvar vidas. "É claro que a ciência e tecnologia podem ser melhores; precisamos integrar radares meteorológicos, por exemplo. (Cláudio Ângelo) (Folha de SP, 14/4) Artigo retirado do Jornal da Ciência www.jornaldaciencia.org.br | |
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Notícias
segunda-feira, 12 de abril de 2010
A geometria instintiva das abelhas
Artigo de Luiz Barco, comentando sobre a geometria que as abelhas  praticam em sua vida diária para construir os alvéolos das colméias.
No livro As maravilhas da Matemática, o genial Malba Tahan, cujo  verdadeiro nome era Júlio César de Mello e Souza (1895-1974), comentou o  trabalho do matemático belga Maurice Maeterlinek (1862-1949) sobre a Geometria que as abelhas praticam em sua  vida diária. Como se sabe, esses insetos usam cera para construir os  alvéolos das colméias, que servem depois de depósito para o mel que  fabricam. Maetrlinek observou que, ao contrário de muitos planejadores  humanos, as abelhas constroem os alvéolos procurando uma forma que  otimize a economia, isto é, que apresente o maior volume para a menos  porção de material gasto. Para isso, os alvéolos não poderiam ser  cilíndricos, pois a falta de Paredes comuns entre eles deixaria uma  grande quantidade de espaços inaproveitados. 
Assim, para que a parede de um alvéolo servisse também ao alvéolo vizinho, eles deveriam, obviamente, ter a forma de um prisma, E os únicos prismas regulares que se justapõem sem deixar buracos são os prismas triangulares os quadrangulares e os hexagonais.
Tente fazer a experiência usando uma mesma quantidade de cartolina para fazer três prismas (abertos nas duas extremidades): um de base triangular, um de base quadrada e outro de base hexagonal.
Como as áreas laterais dos três são equivalentes (as tiras de cartolina são do mesmo tamanho), o de maior volume será aquele cujo polígono da base tiver a maior área. Mas não esqueça: esses polígonos devem ter o mesmo perímetro (comprimento da cartolina).
Com um simples cálculo de área, supondo que as tiras de cartolina tenham 12 centímetros de comprimento, você vai verificar que os polígonos das bases terão respectiva e aproximadamente 6,92 centímetros quadrados, 9 centímetros quadrados e 10,38 centímetros quadrados (considerando que a raíz de 3 é igual a 1,73). Assim, a escolha da base hexagonal para o alvéolo é uma questão de pura economia. Para o mesmo gasto de material, elas constroem o recipiente de maior volume.
Mas o problema realmente interessante acontece no fechamento dos alvéolos. Em vez de construir um hexágono (plano) para cobrir o fundo, as abelhas economizam cerca de um alvéolo em cada cinqüenta, utilizando três losangos iguais colocados inclinadamente.
Pode parecer pouco, mas a economia de 2 por cento que elas conseguem com o fechamento de milhões de alvéolos representa uma grande quantidade. Os ângulos dos losangos de fechamento, inclinados em relação ao eixo radial dos alvéolos, acabaram provocando uma controvérsia que foi didaticamente exposta por Malba Tahan em seu livro. Ele conta que o físico francês René-Antonie Ferchault de Réaumur (1683-1757) observou que o ângulo agudo e, conseqüentemente, seu suplemento (obtuso) não variavam. Isto é, suas medidas eram constantes.
Intrigado, Réaumur mandou buscar alvéolos em várias partes do mundo, como a Alemanha, Suíça, Inglaterra, Canadá e Guiana. Todos apresentavam losangos de mesmo ângulo. O astrônomo francês Jean-Dominique Maraldi (1709-1788) efetuou as medições dos ângulos agudos e encontrou o mesmo valor em todos eles: 70º32’. Surpreendido com o resultado, Réaumur propôs ao seu amigo Samuel König, matemático alemão, que resolvesse o seguinte problema: dado um prisma de base hexagonal, devemos fechá-lo em uma das extremidades com três losangos iguais, colocados inclinadamente, para obter o maior volume com um gasto mínimo de material. Qual é o ângulo dos losangos que satisfaz a condição?
Sem saber a origem do problema, König calculou o ângulo como sendo 70º34’. Embora a diferença fosse insignificante, de apenas dois minutos em relação aos cálculos efetuados por Maraldi, conclui-se que as abelhas estavam erradas. Isso provocou um verdadeiro rebuliço entre os cientistas que tentavam explicar a questão. O fato chegou ao conhecimento do matemático escocês Colin Maclaurin (1698-1746), que utilizando os recursos do cálculo diferencial recalculou o ângulo e encontrou 70º32’. Então, as abelhas estavam certas. Maclaurin mostrou ainda que o engano de König era explicável: ele havia usado uma tabela de logaritmos contendo um erro, daí a diferença de dois minutos.
Fonte: Revista Superinteressante
Assim, para que a parede de um alvéolo servisse também ao alvéolo vizinho, eles deveriam, obviamente, ter a forma de um prisma, E os únicos prismas regulares que se justapõem sem deixar buracos são os prismas triangulares os quadrangulares e os hexagonais.
Tente fazer a experiência usando uma mesma quantidade de cartolina para fazer três prismas (abertos nas duas extremidades): um de base triangular, um de base quadrada e outro de base hexagonal.
Como as áreas laterais dos três são equivalentes (as tiras de cartolina são do mesmo tamanho), o de maior volume será aquele cujo polígono da base tiver a maior área. Mas não esqueça: esses polígonos devem ter o mesmo perímetro (comprimento da cartolina).
Com um simples cálculo de área, supondo que as tiras de cartolina tenham 12 centímetros de comprimento, você vai verificar que os polígonos das bases terão respectiva e aproximadamente 6,92 centímetros quadrados, 9 centímetros quadrados e 10,38 centímetros quadrados (considerando que a raíz de 3 é igual a 1,73). Assim, a escolha da base hexagonal para o alvéolo é uma questão de pura economia. Para o mesmo gasto de material, elas constroem o recipiente de maior volume.
Mas o problema realmente interessante acontece no fechamento dos alvéolos. Em vez de construir um hexágono (plano) para cobrir o fundo, as abelhas economizam cerca de um alvéolo em cada cinqüenta, utilizando três losangos iguais colocados inclinadamente.
Pode parecer pouco, mas a economia de 2 por cento que elas conseguem com o fechamento de milhões de alvéolos representa uma grande quantidade. Os ângulos dos losangos de fechamento, inclinados em relação ao eixo radial dos alvéolos, acabaram provocando uma controvérsia que foi didaticamente exposta por Malba Tahan em seu livro. Ele conta que o físico francês René-Antonie Ferchault de Réaumur (1683-1757) observou que o ângulo agudo e, conseqüentemente, seu suplemento (obtuso) não variavam. Isto é, suas medidas eram constantes.
Intrigado, Réaumur mandou buscar alvéolos em várias partes do mundo, como a Alemanha, Suíça, Inglaterra, Canadá e Guiana. Todos apresentavam losangos de mesmo ângulo. O astrônomo francês Jean-Dominique Maraldi (1709-1788) efetuou as medições dos ângulos agudos e encontrou o mesmo valor em todos eles: 70º32’. Surpreendido com o resultado, Réaumur propôs ao seu amigo Samuel König, matemático alemão, que resolvesse o seguinte problema: dado um prisma de base hexagonal, devemos fechá-lo em uma das extremidades com três losangos iguais, colocados inclinadamente, para obter o maior volume com um gasto mínimo de material. Qual é o ângulo dos losangos que satisfaz a condição?
Sem saber a origem do problema, König calculou o ângulo como sendo 70º34’. Embora a diferença fosse insignificante, de apenas dois minutos em relação aos cálculos efetuados por Maraldi, conclui-se que as abelhas estavam erradas. Isso provocou um verdadeiro rebuliço entre os cientistas que tentavam explicar a questão. O fato chegou ao conhecimento do matemático escocês Colin Maclaurin (1698-1746), que utilizando os recursos do cálculo diferencial recalculou o ângulo e encontrou 70º32’. Então, as abelhas estavam certas. Maclaurin mostrou ainda que o engano de König era explicável: ele havia usado uma tabela de logaritmos contendo um erro, daí a diferença de dois minutos.
Fonte: Revista Superinteressante
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Curiosidades
sábado, 10 de abril de 2010
Os Poliedros de Platão
O que é um poliedro? 
 Trata-se de  um objeto com muitas faces. 
Um poliedro tem “bicos”, que são os ângulos poliédricos, e faces planas, que são os polígonos.
Um poliedro tem “bicos”, que são os ângulos poliédricos, e faces planas, que são os polígonos.
 Um poliedro  que tenha com faces apenas polígonos regulares, todos idênticos, e que também apresente todos os bicos (ângulos poliédricos) idênticos entre si é um poliedro regular. 
 Platão, por  volta do século VI antes de Cristo, estudou certa classe de poliedros; que vieram posteriormente, ser conhecidos como os poliedros de Platão, entre os quais se incluem os poliedros regulares. 
  
 De um  poliedro de Platão, exige-se que: 
* Todas as faces sejam polígonos, regulares ou não, mas com o mesmos número de lados;
* Todos os bicos sejam formados com o mesmo número de arestas.
* Todas as faces sejam polígonos, regulares ou não, mas com o mesmos número de lados;
* Todos os bicos sejam formados com o mesmo número de arestas.
Por que só existem cinco Poliedros Platônicos?
  A "Teoria" de Platão   
  
Sabemos que no espaço existem apenas cinco  poliedros regulares, que são denominados Poliedros Platônicos ou Poliedros de Platão. 
Os poliedros regulares são conhecidos assim  porque no  "Timeu" Platão faz uma associação dos cinco poliedros regulares com os cinco elementos da natureza. Ele associa o  Tetraedro como "elemento de origem do Fogo" , o Cubo à Terra, o Octaedro ao Ar, o Icosaedro à Água e o Dodecaedro representaria a imagem do Universo no seu todo.   
  
Verificando que só existem cinco Poliedros  Platônicos   
  
Um poliedro diz-se regular se é convexo, isto é, os ângulos de dois lados formados por duas faces consecutivas é menor que 180°, se todas as suas faces são formadas por polígonos regulares. Os poliedros que tem essas características são denominados  Poliedros Platônicos, que são os seguintes sólidos:   
Sabemos que existem apenas cinco poliedros platônicos. Podemos verificar que isso é verdade através do seguinte argumento:
Em cada vértice de um poliedro teremos o encontro de pelo menos três de suas faces. O ângulo formado por essas faces deverá ser menor que 360° para que esse poliedro seja regular. 
Analisando cada caso observamos que: 
Para o caso de 3 faces ligadas a um vérice: 
- Quando as faces do poliedro forem triângulos (ângulo interno 60°), teremos 3 * 60° = 180°. 
-Quando as faces do poliedro forem quadrados (ângulo interno 90°), teremos 3 * 90° = 270°. 
-Quando as faces do poliedro forem pentágonos (ângulo interno 108°), teremos  3 * 108° = 324°. 
-Quando as faces do poliedro forem hexágonos (ângulo interno 120°), teremos  3 * 120° = 360°, o que contradiz a nossa hipótese. 
Logo, verificamos para esse caso que as faces dos  poliedros regulares não podem ser formadas por polígono regulares com mais de cinco lados. 
Para o caso de 4 faces ligadas a um vértice: - Quando as faces do poliedro forem triângulos, teremos 4 * 60° = 240°. -Quando as faces do poliedro forem quadrados, termos 4 * 90° = 360°, o que contradiz a nossa hipótese. Logo, verificamos para esse caso que um poliedro  regular construído com 4 faces a partir de um vértice, poderá ter apenas faces triângulares. 
Para o caso de 5 faces ligadas ao mesmo vértice: - Quando as faces do poliedro forem triângulos, teremos 5 * 360° = 300°. Do mesmo modo que foi verificado no caso anterior,  concluimos que não poderemos ter polígonos com mais de 3 lados, com cinco faces ligadas ao mesmo vértice.
Fonte: UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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Matemática
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Fusão Nuclear
É o processo no qual dois ou mais núcleos atómicos se juntam e formam  um outro núcleo de maior número atômico. A fusão  nuclear requer muita energia para acontecer, e geralmente liberta muito  mais energia que consome. Quando ocorre com elementos mais leves que o ferro e o níquel (que  possuem as maiores forças de coesão nuclear de todos os átomos, sendo  portanto mais estáveis) ela geralmente liberta energia, e com elementos  mais pesados ela consome. Até hoje início do século XXI, o homem ainda  não conseguiu encontrar uma forma de controlar a fusão nuclear como  acontece com a fissão. O principal tipo de fusão que ocorre no interior das estrelas  é o de Hidrogênio em Hélio,  onde dois prótons se fundem em uma partícula alfa (um núcleo de  hélio), liberando dois pósitrons,  dois neutrinos  e energia. Mas dentro desse processo ocorrem várias reações  individuais, que variam de acordo com a massa da estrela. Para estrelas  do tamanho do nosso Sol ou menores, a cadeia próton-próton é a reacção dominante. Em  estrelas mais pesadas, predomina o ciclo  CNO.
Vale ressaltar que há conservação da energia, e, portanto, pode-se calcular a massa dos quatro prótons e o núcleo de hélio, e subtrair a soma das massas das partículas iniciais daquela do produto desta reação nuclear para calcular a massa/energia emitida.
Utilizando a equação E=mc2, pode-se calcular a energia liberada, oriunda da diferença de massa. Uma vez que o valor do "c" é muito grande ( aprox. 3 . 108 m/s ), mesmo uma massa muito pequena corresponde a uma enorme quantidade de energia. É este fato que levou muitos engenheiros e cientistas a iniciar projetos para o desenvolvimento de reatores de fusão para gerar eletricidade (por exemplo, a fusão de poucos cm3 de deutério, um isótopo de hidrogênio, produziria uma energia equivalente àquela produzida pela queima de 20 toneladas de carvão).
Requisitos para a fusão
Vale ressaltar que há conservação da energia, e, portanto, pode-se calcular a massa dos quatro prótons e o núcleo de hélio, e subtrair a soma das massas das partículas iniciais daquela do produto desta reação nuclear para calcular a massa/energia emitida.
Utilizando a equação E=mc2, pode-se calcular a energia liberada, oriunda da diferença de massa. Uma vez que o valor do "c" é muito grande ( aprox. 3 . 108 m/s ), mesmo uma massa muito pequena corresponde a uma enorme quantidade de energia. É este fato que levou muitos engenheiros e cientistas a iniciar projetos para o desenvolvimento de reatores de fusão para gerar eletricidade (por exemplo, a fusão de poucos cm3 de deutério, um isótopo de hidrogênio, produziria uma energia equivalente àquela produzida pela queima de 20 toneladas de carvão).
Requisitos para a fusão
Uma substancial barreira de energia deve ser vencida antes que a  fusão possa ocorrer. A grandes distâncias, dois núcleos expostos se  repelem mutuamente devido à força eletrostática  que atua entre seus protões positivamente carregados. Se os núcleos puderem ser  aproximados suficientemente, porém, a barreira eletrostática pode ser sobrepujada pela força nuclear forte a  qual é mais poderosa a curta distância do que a repulsão eletromagnética.
Quando um núcleo tal como o próton  ou nêutron  é adicionado a um núcleo, ele é atraído pelos outros núcleons, mas  principalmente por seus vizinhos imediatos devido à força de curto  alcance. Os núcleons no interior do núcleo têm mais vizinhos do que  aqueles na sua superfície. Desde que núcleos menores têm uma grande  razão de superfície para volume, a energia de ligação por núcleon devido  à força nuclear forte geralmente aumenta como o aumento do tamanho do  núcleo, mas atinge um valor limite que corresponde à vizinhança do  núcleon totalmente preenchida.
A força eletrostática, por outro lado, é uma força proporcional ao  inverso do quadrado da distância; então, um próton adicionado ao núcleo  ira sentir uma repulsão eletrostática de todos os prótons no núcleo. A  energia eletrostática por núcleon devido à força eletrostática irá  portanto aumentar independentemente do tamanho do núcleo.
O resultado combinado destas duas forças opostas é que a energia de  ligação por núcleon geralmente aumenta com o aumento de tamanho do  átomo, para elementos até com núcleo do tamanho de ferro e níquel,  e diminui para núcleos mais pesados. Eventualmente, a energia de  ligação se torna negativa e núcleos muitos pesados não são estáveis. Os  quatro núcleos blindados mais compactos, em ordem decrescente de energia  de ligação, são 62Ni, 58Fe, 56Fe, and 60Ni. Embora o isótopo  do Níquel 62Ni seja o mais estável, o isótopo do Ferro 56Fe  é uma ordem de magnitude mais comum. Isto é devido em grande parte à  grande razão de desintegração do 62Ni no interior de estrelas  conduzida pela absorção de fótons.
Uma notável exceção a esta regra geral é o núcleo do hélio-4,  cuja energia de ligação é maior que a do lítio, o  próximo elemento mais pesado. O princípio de exclusão de Pauli  provê um explicação para este comportamento excepcional – isto se dá  porque os prótons e nêutrons são férmions,  eles não podem coexistir exatamente no mesmo estado. Cada estado  energético de um próton ou nêutron em um núcleo pode acomodar uma  partícula de spin  para abaixo e outra de spin para acima. O Hélio-4 tem uma banda de  energia de ligação anormalmente grande porque seu núcleo consiste de  dois prótons e dois nêutrons; então todos os núcleons dele podem estar  em um estado fundamental. Qualquer núcleon adicional deverá ir para um  estado energético alto.
A situação é similar se dois núcleos são colocados juntos. Ao se  aproximarem, todos os prótons em um núcleo repelem todos os prótons do  outro, até o ponto em que os dois núcleos entrem em contato para que a  força nuclear forte domine. Consequentemente, mesmo quando o estado de  energia final é mais baixo, há uma grande barreira energética que deve  ser ultrapassada primeiro. Na química, este fato é conhecido como energia de ativação. Em física nuclear ele é chamado de barreira de Coulomb.
A barreira de Coulomb é menor para os isótopos do hidrogênio – eles  contêm uma única carga positiva em seus núcleos. Um bipróton não é  estável, então os nêutrons devem ser envolvidos, de forma a produzir um  núcleo de hélio.
Usando combustível deutério-trítio,  a barreira de energia resultante é de cerca de 0,1 MeV. Em comparação, a energia necessária para  remover um elétron do hidrogênio é 13,6 eV, cerca 7.500 vezes  menos energia. O resultado (intermediário) da fusão é um núcleo instável  de 5He, o qual imediatamente ejeta um nêutron com 14,1 MeV. A  energia recuperada do núcleo de 4He remanescente é 3,5 MeV,  então a energia total liberada é 17,6 MeV. Isto é muitas vezes mais que a  barreira de energia a ser transposta.
Se a energia para iniciar a reação vem da aceleração de um  núcleo, o processo é chamado de fusão por projétil-alvo; se  ambos os núcleos são acelerados, isto é fusão projétil|projétil.  Se o núcleo faz parte de um plasma  próximo ao equilíbrio térmico, denominamos fusão termonuclear. A  temperatura é uma medida da energia cinética média das partículas, então por  aquecimento o núcleo deverá ganhar energia e eventualmente transpor a  barreira de 0,1 MeV. A conversão das unidade entres elétron-volts e kelvins  mostra que esta barreira será transposta quando a temperatura  ultrapassar 1 GK, obviamente  uma temperatura muito alta.
Há dois fatos que podem diminuir a temperatura necessária. Um é o fato  que a temperatura é uma média da energia cinética, implicando que alguns núcleos a esta  temperatura poderão já ter uma energia maior que 0,1 MeV, enquanto  outros um pouco menos. Estes núcleos na faixa de alta-energia da distribuição  de velocidade participam da maioria das reações de fusão. O outro  efeito é o tunelamento quântico. O núcleo não precisa  sempre ter bastante energia, podendo atravessar, por efeito túnel, a barreira restante. Por esta razão,  combustíveis a temperaturas menores podem experimentar eventos de fusão,  a uma taxa mais baixa.
A seção transversal  da reação σ é uma medida da probabilidade de reação de fusão com uma  função da velocidade relativa dos dois núcleos reativos. Se os núcleos  têm uma distribuição de velocidade, isto é, uma distribuição térmica com  a fusão termonuclear, então eles são úteis para obter uma média sobre a  distribuição dos produtos da seção transversal e da velocidade. A taxa  de reação (fusão por volume por tempo) é <σv> vezes o produto da  densidade dos participantes:
$$\color{white}f = n_1 n_2 \langle \sigma v \rangle$$
Se um tipo de núcleo está reagindo com si próprio, tal como a reação PP,  então o produto n1n2  pode ser substituído por (1 / 2)n2.
$$\color{white}\langle \sigma v \rangle$$ aumenta de praticamente zero a temperatura ambiente para um  significativo valor a temperatura de 10 - 100 keV. A estas  temperaturas, bem abaixo da energia de ionização típica (13,6 eV no caso do hidrogênio),  os reativos da fusão existem um estado de plasma. 
O significado de <σv> como uma função da temperatura em um  experimento com uma energia de tempo  confinamento é determinado pela utilização do critério de  Lawson.
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