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sábado, 3 de julho de 2010

Criado objeto que se dobra sozinho

A folha protótipo se dobra em duas formas diferentes: experimento pode levar a objetos que assumam qualquer formato


por John Matson


A folha pode se dobrar em um barco ou um avião em segundos

Pesquisadores da Harvard University e do Massachusetts Institute of Technology (MIT) inventaram um transformer da vida real: é um dispositivo capaz de dobrar-se em duas formas ao receber um comando. O sistema está praticamente pronto para a batalha com os Decepticons: por enquanto, as formas de origami em que essa engenhoca se transforma são um barco relativamente bruto e um avião, mas o conceito pode um dia produzir objetos “camaleônicos”, capazes de se transformar em qualquer forma concreta.



As folhas autodobráveis são apenas um protótipo da tentativa de construir estruturas que possam mudar de forma. A ideia, segundo a coautora Daniela Rus, especialista em robótica no MIT, é fazer objetos de uso cotidiano que possam ser transformados, da mesma forma que as pessoas programam um computador. “Em vez de bits e bytes de programação", diz ela, "você programa as propriedades mecânicas do objeto".



O sistema, descrito em um artigo publicado on-line no Proceedings of National Academy of Sciences, consiste em uma camada fina de resina composta de fibra de vidro, com poucos centímetros de diâmetro, dividida em 32 painéis triangulares separados por juntas de silicone flexível. Algumas das articulações têm atuadores sensíveis a calor, que dobram 180 graus quando aquecidos por uma corrente elétrica, fazendo com que a folha dobre nessa articulação. Dependendo do programa utilizado, a folha vai realizar uma série de dobras para se transformar em um barco ou avião, demorando cerca de 15 segundos.



Embora o modelo apresentado no novo documento faça apenas duas formas, os pesquisadores dizem que, em princípio, o sistema poderia produzir muito mais. "Estávamos procurando maneiras de inserir várias funcionalidades diferentes em uma folha", diz o coautor Robert Wood, engenheiro eletricista do Laboratório de Microrobótica da Harvard University. "Em longo prazo, gostaríamos de desenvolver sistemas para transformação de formas incontáveis.”



Os pesquisadores observam que especialistas serão capazes de projetar um sistema mais eficiente. "Não sou tão criativo e, por vezes, os especialistas em origami podem ver alguns passos à frente, como um jogador de xadrez", disse Rus. "Você vê que os padrões não são óbvios como em um programa de computador, que faz um processo passo-a-passo".



Rus prevê que em curto prazo a tecnologia computacional do origami pode construir um display tridimensional, que, por exemplo, se transforme em mapas reproduzindo a topografia de uma determinada região. E futuras aplicações poderemos ultrapassar a forma simples de mimetismo e envolver propriedades ópticas, elétricas ou acústicas.

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