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sexta-feira, 11 de junho de 2010

O planeta que está sendo devorado por seu Sol

Observações do telescópio espacial Hubble parecem confirmar um futuro sombrio para planeta distante consumido por sua estrela-mãe

por John Matson
Nasa, ESA, e G. Bacon (STScI)
Concepção artística da estrela WASP 12 puxando material de seu planeta WASP 12 b

O planeta gigante WASP 12 b, descoberto em 2008, orbita sua estrela a uma distância incômoda de apenas 3,4 milhões de km. (Em comparação, a distância entre a Terra e o Sol é de aproximadamente 150 milhões de km.) Para piorar, a estrela, conhecida como WASP 12, é maior e mais quente do que nosso sol, aquecendo esse planeta em 2.250 graus Celsius. WASP 12 b e sua estrela-mãe, que estão a 870 anos-luz da Terra, foram batizados a partir da pesquisa do projeto SuperWasp (Wide Angle Search for Planets), que mantém telescópios nas Ilhas Canárias, Espanha e África do Sul.

Dia 10 de maio, no Astrophysical Journal Letters, um grupo de pesquisa internacional apresentou observações espectroscópicas do WASP 12 b, indicando que o planeta está cercado por uma nuvem de gás que se estende por cerca de 60 mil km de sua superfície. A exosfera estendida é tão grande e tão próxima do planeta que ele perderá massa rapidamente para sua estrela.

Medições da exosfera forneceram base para elaboração de um modelo teórico inicial sobre a dissipação do planeta. Em estudo publicado na Nature em fevereiro, foi elaborado outro modelo sobre a perda de massa do WASP 12 b, mostrando que ele perde cerca de um décimo milionésimo da sua massa total a cada ano. O peso do WASP 12 b é de algumas vezes a massa de Júpiter, o que significa que, em apenas sete anos, perdeu quantidade de massa equivalente à contida em todos os oceanos da Terra.

Se isso significa que o WASP 12 b será completamente devorado em 10 milhões de anos ainda não está claro. Carole Haswell, astrofísica da Open University, na Inglaterra, e co-autora do novo estudo, admite que a taxa de perda de massa mude com o tempo. Mas, com tantas incertezas sobre o planeta e sua evolução orbital, não se pode ter certeza, acrescenta ela. De qualquer maneira, os autores do artigo da Nature de fevereiro observaram que o planeta pode estar espiralando em direção a sua estrela-mãe nesse mesmo período de tempo.
 
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