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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Saiba como se faz a datação arqueológica pelo Carbono 14.


Quando um ser vivo morre, deixa de absorver Carbono 14, um tipo de Carbono radioativo. Medindo sua radiação, cientistas ficam sabendo a data de sua morte e assim há quanto tempo essa vida existiu. A base para a datação através do Carbono 14 é essa. A morte é que revela o tempo de uma Vida na Arqueologia.  
O Carbono não é o elemento mais abundante da Terra, mas o que esteve ou está Vivo tem Carbono. Há uma química só para estudá-lo, a Química Orgânica. Existem cerca de 10 milhões de compostos de Carbono e a maioria é essencial para a vida. O Carbono ao natural é encontrado em três formas ou variedades alotrópicas: carvão(amorfa), grafite e diamante, o mineral mais duro do planeta. Descobriu-se que 98,9 % dos átomos do Carbono possuem seis prótons e seis nêutrons, sendo assim classificado como Carbono 12. Mas há outro isótopo do Carbono muito raro, radioativo e instável: é o Carbono 14, com 6 prótons e 8 nêutrons no seu núcleo. Somente um, em milhões de átomos de carbono, é do tipo Carbono 14. Ele é incorporado às células e tecidos de todas as plantas e animais na respiração e alimentação de compostos de Carbono (carboidratos).
Em 1952, o cientista norte-americano Willard Libby publicou uma descoberta chamada Datação pelo Radiocarbono. Em 1960 ele ganhou o Prêmio Nobel de Química por isso. Libby descobriu que através da contagem dos átomos do C14 ainda presente em plantas, carvões, ossos, conchas e fósseis, seria possível calcular a idade dos materiais coletados em sítios arqueológicos. Estava criada a datação pelo Carbono 14.
O Carbono 14 não existe ao natural na Natureza. Ele é produzido em alta altitude quando o Nitrogênio é bombardeado pelos raios cósmicos vindos do espaço. Por ser radioativo e instável, o Carbono 14 um dia volta a ser Nitrogênio. O tempo em que isso acontece é constante e independe do ambiente. Medições radioativas precisas revelam que depois de 5.730 anos o Carbono 14 perde metade de seus átomos. Esse tempo é chamado de meia-vida do Carbono 14 e serve como relógio marcador do tempo para a arqueologia.
O Carbono 14 faz entra na composição química dos seres vivos através das plantas pelo CO2 (dióxido de Carbono) absorvido na fotossíntese. Animais que se alimentam de plantas (herbívoros/vegetarianos) ou animais comedores de animais (carnívoros) também incorporam C14 diariamente.
O Carbono é o elemento básico da Vida. Mas, na arqueologia, ele é a informação viva após a morte. Isso acontece porque com a morte de um animal ou planta, cessam a absorção de novos átomos de C 14 radioativos. Quando a Vida termina, então começa a contagem regressiva da radioatividade do Carbono 14 presente. Sem a reposição natural de mais Carbono radioativo pelo metabolismo, a datação é um relógio atômico que começa a contar o tempo em que a Vida terminou, quer dizer, a existência de uma Vida para a arqueologia é contada a partir da sua morte.
O método de datação pelo Carbono 14 é muito seguro. Mas tem restrições. Funciona bem em datações que estejam entre 50 mil ou 70 mil anos. Motivo: passados 50 mil anos da morte de uma espécie ou de uma substância orgânica associada a ela, a radioatividade de Carbono 14 que resta é muito baixa e torna-se difícil medi-la. Feita a medição da radioatividade, a datação é uma resposta direta. Por exemplo: um achado arqueológico em que o C14 tenha completado dez ciclos de sua meia-vida (10 x 5.730 anos) significa que existiu há 57 mil e 300 anos. É assim que se faz a datação com os achados arqueológicos da Serra da Capivara e de qualquer lugar do mundo. Laboratórios ingleses, americanos e franceses são os mais respeitados nessa área. São eles que confirmam as datações da maioria dos achados arqueológicos.

1 comentários:

Carolina Silva disse...

Ótimo post, parabéns!! Aproveitando, havia postado em meu blog uma equação diferencial de como estimar a idade de um fóssil, veja:
http://obaricentrodamente.blogspot.com/2009/05/edo-tecnica-de-datacao-por-carbono-14.html

Um abraço!