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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Microrganismo ressurge após 120 mil anos


Paciência e uma incubadora conseguiram fazê-lo procriar novas colônias
por Paul Southerland
Penn State
O microrganismo recém-descoberto,visto com um poderoso microscópio
Cientistas trouxeram de volta à vida um microrganismo recém-descoberto, após mais de 120 mil anos de hibernação − o que dá esperanças quanto ao ressurgimento de vida dormente em Marte. O minúsculo microrganismo roxo, denominado Herminiimonas glaciei, estava preso sob quase 3km de gelo, na Groenlândia. Foram necessários 11 meses para reanimá-lo, aquecendo-o aos poucos em uma incubadora. O microrganismo finalmente tornou a viver e iniciou a produção de novas colônias com bactérias marrom-arroxeadas.

Os cientistas espaciais estão animados com a descoberta, pois sugere que criaturas alienígenas podem ser reanimadas em outros planetas congelados – especialmente no planeta vermelho. A Nasa revelou no ano passado que colunas de metano, em Marte, poderiam ser produzidas por organismos vivos. Alguns pesquisadores acreditam que, no planeta vermelho, vários microrganismos estejam dormentes sob uma grossa camada de gelo subterrâneo. Uma futura missão espacial poderá desenterrá-los e trazê-los de volta à vida.

A sonda espacial europeia Mars Express localizou outras regiões que potencialmente abrigam formas primitivas de vida alienígena. O mais novo inseto da Terra foi encontrado pela dra. Jennifer Loveland-Curtze e por uma equipe de cientistas da Pennsylvania State University. Essa equipe demonstrou ter uma paciência enorme para reanimar esse microrganismo hibernante.

Primeiro, incubaram as amostras a 2°C, por sete meses, e, depois, a 5°C, durante mais quatro meses e meio. Após esse período, observaram-se colônias de uma minúscula bactéria marrom-arroxeada. O microrganismo H. glaciei é muito pequeno – 10 a 50 vezes menor que a E. coli. Segundo os especialistas, esse tamanho diminuto provavelmente o ajudou a sobreviver nos canais aquosos, situados entre os cristais de gelo e a fina película líquida que os envolve.

Segundo explicações da dra. Loveland-Curtze, microrganismos semelhantes a este podem existir em outros planetas e o estudo desses seres, em condições extremas na Terra, deve fornecer pistas sobre quais tipos de formas de vida poderiam sobrevier em outros locais do sistema solar.

Ao site Skymania News, a doutora deu a seguinte declaração: “Muitos cientistas consideram que o gelo polar terrestre reúne as condições mais parecidas com as encontradas pelas vidas extraterrestres, particularmente onde se detectou água congelada. O gelo polar do nosso planeta pode preservar células microbianas e ácidos nucleicos por centenas de milhares de anos. Essas células estão sendo cultivadas por uma camada de gelo de 750 mil anos e um permafrost de vários milhões de anos.” No entanto, ela complementa: “Neste momento, não podemos afirmar ainda se alguma célula marciana, caso exista, poderá vir a ser reanimada”.

Insetos anteriormente encontrados no Ártico canadense foram despertados após 30 mil anos de hibernação. Um dos maiores estudiosos britânicos sobre Marte acredita que os microrganismos marcianos podem também estar dormentes, aguardando para ser reanimados. Dr. John Murray, da Open University britânica e principal cientista da missão européia Mars Express, descobriu fortes evidências de um extenso oceano congelado, situado sob a poeira localizada perto do equador daquele planeta, onde formas primitivas de vida poderiam surgir como micróbios.

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